Rodolfo Costa
postado em 18/04/2018 06:00

A partir dos resultados das últimas pesquisas eleitorais, a cúpula do Palácio do Planalto e do MDB avaliam que há espaço político a ser explorado. Para isso, o presidente Michel Temer e auxiliares discutem uma melhor comunicação junto a aliados e à população. A ideia é preparar uma campanha para celebrar aos dois anos de gestão e apresentar dados e conquistas obtidas até o momento.
A tarefa de convencer aliados não será das mais fáceis. Partidos como DEM, que batem o pé e relutam em abrir mão da pré-candidatura, têm receio em se aproximar do governo. A rejeição de Temer por 70% da população, segundo o Datafolha, pesa na decisão. Outro fator que joga contra é ter o apoio do próprio governo, uma vez que 86% não votariam em um candidato a presidente apoiado por Temer.
[SAIBAMAIS]O Planalto, por ora, executa um trabalho de ;formiguinha;. A ideia é convencer passo a passo, à medida que os indicadores econômicos apontem para a manutenção do processo de recuperação da economia. Ontem, por exemplo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) comunicou que melhorou a previsão de crescimento da atividade econômica, de 1,9% para 2,3%. Para o governo, dados como esse nutrem a expectativa de embarque de aliados.
A comunicação junto à população é outro ponto no qual o governo aposta. O raciocínio é que, convencendo mais pessoas e diminuindo a rejeição, mais aliados possam acenar com a formação de uma coligação. Aliados chegaram mesmo a sugerir que, em alguns grupos, o governo usasse como slogan a frase ;tem que manter isso;. A expressão ganhou repercussão após o empresário Joesley Batista, sócio da JBS, insinuar em conversa com o emedebista que estaria pagando uma mesada para Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, não fazer delação premiada.
;Temos a inflação mais baixa, os juros mais baixos. Recuperamos a geração de empregos. Alcançamos o maior número de atendimentos nas UBSs (Unidade Básica de Saúde). O governo zerou a fila de atendimento do Bolsa Família, algo nunca feito. É algo que deve ser ressaltado a todos;, pontuou. O discurso é endossado pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun. ;Não temos nem dois anos e já somos o melhor governo da história por ordem de mandato. Temos avanços em todas as áreas.;