Politica

Em depoimento, filha de Michel Temer nega informação dos investigadores

O depoimento de Maristela durou cerca de quatro horas. O advogado Fernando Castelo Branco, que a defende, afirmou que ela respondeu a "todas as questões formuladas pela autoridade policial"

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 04/05/2018 06:00
Maristela, a filha do presidente, prestou depoimento durante quatro horas na unidade da PF no aeroporto de Congonhas: negativas sobre as suspeitas dos investigadoresMaristela Temer, filha do presidente Michel Temer, prestou depoimento na tarde de ontem na unidade da Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Os investigadores querem saber qual a origem do dinheiro usado para reformar a casa dela. Informações obtidas pela corporação indicam que a obra foi bancada pelo ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo João Batista Lima.

De acordo com a acusação, João Batista teria colaborado com R$ 1 milhão na reforma. A suspeita é que o dinheiro seja propina paga pela JBS. O ex-militar é amigo do presidente há mais de 30 anos e chegou a ser preso pela PF. O responsável pelo caso é o delegado Cleyber Malta Lopes. Também foi ouvido o arquiteto responsável pela obra.

Na próxima semana, a PF deve colher os depoimentos de fornecedores que venderam os materiais utilizados na reforma. Pelo menos um deles informou que recebeu o pagamento em espécie, repassado por Maria Rita Fratezi, mulher do coronel Lima. Ela teria entregado pelo menos R$ 100 mil em dinheiro vivo.

O depoimento de Maristela durou cerca de quatro horas. O advogado Fernando Castelo Branco, que a defende, afirmou que ela respondeu a ;todas as questões formuladas pela autoridade policial. E, como já vem fazendo, continua disposta a colaborar com as investigações;.

A casa que foi reformada fica na região do Alto Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. O imóvel tem 300 metros quadrados e a obra ocorreu entre 2014 e 2015. Em depoimento à Justiça, Maria Rita alegou que não participa dos negócios do marido.

O inquérito contra o presidente Michel Temer apura se ele teria recebido propina para editar um decreto que alterou regras do setor portuário. As mudanças, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), teriam beneficiado a empresa Rodrimar, concessionária do Porto de Santos. Temer já respondeu à PF sobre o assunto e negou as acusações, afirmando que o decreto se tratou apenas de mais uma de suas atividades como chefe do Executivo.

Em visita a Ribeirão Preto, questionado por jornalistas sobre o depoimento da filha, Temer disse: ;registre meu sorriso;. O coronel Lima ainda não prestou depoimento, alegando problemas de saúde. (RS)

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação