Politica

Mulher de assessor exonerado ganha cargo no governo do Espírito Santo

Evandro Figueiredo perdeu o emprego após envolvimento em pesquisa eleitoral fraudulenta, segundo investigação da Polícia Federal. Nicole Boldrine assumiu um posto semelhante. Salário é de R$ 5,7 mil

Otávio Augusto
postado em 04/05/2018 12:42
Nicole ocupará o cargo %u201CAssessor Especial Nível 4%u201D, posto semelhante ao que o marido, Evandro, tinha antes de ser exonerado
Quarenta e seis dias após a exoneração de Evandro Figueiredo da Secretaria de Esportes do Espírito Santo por suspeita de propagar pesquisa eleitoral fraudulenta, sua esposa, Nicole Boldrine, foi nomeada para um cargo semelhante na Secretaria de Direitos Humanos do Espírito Santo. Ele foi demitido em 15 de março após ser investigado pela Polícia Federal. Ela ganhou o emprego em 26 de abril.

Nicole ocupará o cargo ;Assessor Especial Nível 4;, segundo a Diário Oficial do Espírito Santo. O salário é semelhante ao que o marido recebia: R$ 5,7 mil. Antes de ser nomeada na Secretaria de Direitos Humanos, Nicole trabalhava em outro órgão do governo capixaba. No Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-ES), ela tinha cargo de ;Assessor Especial 2; e recebia R$ 2,5 mil.

Evandro Figueiredo acabou demitido após a Polícia Federal realizar a Operação Voto Livre, que apura a disseminação de notícias falsas com propósito de influenciar o eleitorado capixaba. Segundo as investigações, um pesquisa eleitoral falsa circulou em grupos de WhatsApp, por pelo menos 45 dias, e também foi divulgada em um site de notícias.

Os responsáveis pela publicação são um jornalista e Evandro. Os resultados do levantamento favorecia o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), apesar de não haver indícios de que ele esteja envolvido no caso. Os dois suspeitos foram ouvidos pela Polícia Federal e admitiram que a pesquisa não é verdadeira e que os números foram inventados.


Falsidade ideológica


Policiais apreenderam celulares e um computador da Secretaria de Esportes. Os dois suspeitos foram liberados, mas a investigação continua e se confirmada a fraude eles podem ser indiciados por falsidade ideológica. A pena chega a cinco anos de prisão.

Essa não é a primeira vez que o casal se envolve em troca de cargos no governo capixaba. Em 2016, Nicole foi empossada como subcoordenadora parlamentar da deputada Janete de Sá (PMN). Evandro havia deixado o cargo dias antes para concorrer a uma vaga como vereador em Vitória.

O Correio entrou em contato, nesta quarta-feira (4/5), com as secretarias de Esporte, de Direitos Humanos e com a Superintendência de Estadual de Comunicação Social do Espírito Santo, mas até a publicação desta reportagem não houve retorno. O jornal não localizou Nicole, Evandro ou seus advogados.

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