Politica

Meirelles fica isolado na defesa do governo em debate com presidenciáveis

O emedebista, que viajou em jato fretado, chegou atrasado ao local do evento. Enquanto aguardava sua vez de falar ao microfone sobre os temas do debate, Meirelles ouviu calado os petardos

Agência Estado
postado em 11/05/2018 11:03
Meirelles foi acomodado ao lado de Boulos, líder do MTST
O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pré-candidato do MDB à Presidência, ficou isolado na defesa do governo, nessa quinta-feira (10/5), em um debate que reuniu no mesmo palco em Gramado (RS), cinco presidenciáveis: Guilherme Boulos (PSOL), Manuela Dávila (PCdoB), Ciro Gomes (PDT) e Alvaro Dias (Podemos)

[SAIBAMAIS]O emedebista, que viajou em jato fretado, chegou atrasado ao local do evento e foi acomodado ao lado de Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). Os dois se cumprimentaram, mas não se falaram até o fim do debate.

Na outra ponta, Manuela e Ciro mostraram afinidade e trocaram olhares cúmplices e comentários no intervalo das falas dos adversários. Quando a deputada do PCdoB pediu água durante sua fala, Ciro prontamente se levantou e levou seu copo até ela. Foi recompensado com um elogio. "É um cavalheiro. Por isso é meu amigo".

Enquanto aguardava sua vez de falar ao microfone sobre os temas do debate, Meirelles ouviu calado os petardos. "As famílias Setúbal e Moreira Sales acabaram de botar no bolso R$ 9 bilhões de dividendo sem pagar um centavo, enquanto a classe média morre com 27% na fonte", disse Ciro citando duas famílias que controlam bancos.

Na saída do evento, Meirelles estava atrás de Ciro, aguardando sua vez falar com a imprensa, quando o pedetista citou seu nome. "A ideologia no Brasil tem passado do limite a ponto de impedir a racionalidade. Veja o Meirelles: é um bom amigo, mas parece que está em outro país. Para ele está tudo bem e tal", disse.

"São coisas malucas que o filtro ideológico não permite ver. Esse 1% que o Brasil teve de crescimento nominal em 2017 foi puxado pelo agronegócio por dois fatores: estação climática perfeita e uma recuperação de preço no estrangeiro", completou.

Meirelles, por sua vez, esforçou-se para defender Temer. "Acredito na educação. Estudei em escola pública. Concordamos que é preciso investimento em educação, mas o discurso vazio não resolve a realidade".

Ex-tucano, Álvaro Dias também mirou o Planalto. "O governo arrecada demais, mas aplica mal". Boulos disse que, se eleito, vai revogar a PEC do teto dos gastos e Manuela criticou o governo por reduzir os gastos para fazer ajuste fiscal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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