Politica

"Não é possível mais evitar fake news nas eleições", avalia especialista

O cientista político Murillo de Aragão acredita que os candidatos investirão em recursos para se proteger de notícias falsas

Letícia Cotta*
postado em 16/05/2018 22:34

Presidente do Conselho de Comunicação Social do Senado, Murillo de Aragão durante entrevista ao CB.Poder

As fake news serão um dos protagonistas nas eleições deste ano. Fato. O que se discute a partir de agora é o tamanho do impacto, de acordo com o presidente do Conselho de Comunicação Social do Senado, Murillo de Aragão. "Dá tempo de minimizar o prejuízo que as fake news trarão às eleições de 2018, mas não de evitar", alertou o cientista político e advogado, em entrevista ao CB.Poder, uma parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília (assista a íntegra nos vídeos abaixo).

O tema deve ser avaliado com cautela por conta da liberdade de expressão, disse o especialista. ;Mas será tratado com muita atenção, por conta dos ocorridos na França, Inglaterra e Estados Unidos. Acredito que a nossa sociedade e a imprensa terão mais maturidade no tratamento da questão;, afirmou Aragão, que será um dos palestrantes do seminário Fake News, o impacto das notícias falsas na democracia, promovido pelo Correio no dia 24 e com inscrições, gratuitas, já abertas.

O lado B das campanhas, no entanto, envolverá a preocupação de candidatos em fiscalizar uns aos outros, de acordo com Aragão. "Vejo um lado B, mas também a preocupação muito maior de candidatos fiscalizarem os outros. Antes, era corrida pelo dinheiro, hoje em dia não, o dinheiro está limitado. O uso do recurso terá que ser bem-feito, um dos usos será a inteligência no combate às fake news feitas pelo adversário", analisou.


Redes sociais e pré-campanha

As redes sociais terão impacto fundamental na pré-campanha. Ele explica que isso ocorre principalmente por não existir uma competitividade com o tempo de propaganda eleitoral gratuita na televisão ou rádio. "Sem dúvida, as redes sociais são mais importantes na pré-campanha que na campanha", disse. "E aí não tem competição da imprensa e da propaganda eleitoral gratuita. Redes sociais são importantes para construir candidaturas e destruir candidaturas nas (pré-)campanhas."

Tudo isso propicia um ambiente ona qual o Brasil tende a ser beneficiado pelos episódios de fake news nas últimas eleições. "Acho que estamos mais atentos, porque tivemos essa ;bênção; da ocorrência de episódios muito ruins de fake news em outros países", afirmou. "Divertida essa eleição será até demais, porque temos uma série de candidatos que antes não tinham a menor chance e, nesta eleição, terão alguma", disse.

Seminário Fake News, o impacto das notícias falsas na democracia

24 de maio, quinta-feira
Auditório do Correio Braziliense (Setor de Indústrias Gráficas, quadra 2, número 340)
14h às 18h
Entrada gratuita
Inscrições no site do evento

Confira a entrevista na íntegra:

[VIDEO1]

[VIDEO2]

*Estagiária sob supervisão de Leonardo Cavalcanti

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