Disseminar uma mentira é fácil, mas restabelecer a verdade é batalha que pode durar uma vida, custar reputações e mudar irremediavelmente os rumos de um país. Com a proximidade das eleições gerais, marcadas para outubro, a preocupação com as chamadas fake news ganha rodas de conversas, reuniões estratégicas e atenção de grupos de trabalho dos candidatos. Talvez, seja essa apreensão o mais forte denominador comum entre quem busca voto e assento nas cadeiras mais cobiçadas da política brasileira. Ninguém quer ser vítima de um boato maldoso ou de uma campanha difamatória, mas é certo que alguns, por pura ambição, vão lançar nas redes sociais e no vasto mundo da internet mentiras que soam como verdade.
Como se precaver? Como não disseminar uma fake news? Como não deixar que algo dessa natureza influencie no voto e na campanha? Políticos estão construindo seus fortes para evitar ataques virtuais. E a população, sabe como se proteger? É bastante provável que não e é muito mais provável ainda que seja usada como um exército de soldados prontos a invadir o WhatsApp e as redes alheias.
Todo cuidado é pouco. Nos Estados Unidos, a boataria fez estragos e influenciou diretamente nas eleições. Até onde se sabe, segundo estudiosos no tema, os maiores especialistas em manipular dados, roubar e-mails e fabricar falsos anúncios estão na Rússia. Os EUA entraram na Justiça contra 14 instituições, sete empresários e 17 autoridades do governo russo por supostas atividades fraudulentas contra sistemas democráticos. A recente descoberta sobre o vazamento dos 87 milhões de usuários do Facebook e a consultoria Cambridge Analytica, que levou Mark Zuckerberg a se explicar no Congresso americano, mostrou que o Brasil é também um alvo.
Há alguns meses, temos discutido esse tema aqui no Correio Braziliense, nas páginas do jornal e em encontros com especialistas. No próximo dia 24, quinta-feira, promoveremos o seminário ;Fake News, o impacto das notícias falsas na democracia;. Durante à tarde, receberemos o ministro da Justiça Torquato Jardim; Frederico Meinberg, promotor de justiça e coordenador da Comissão de Proteção de Dados do MPDFT; Murilo Aragão, membro do Conselho de Comunicação do Congresso Nacional; Fernando Paulino, diretor da Faculdade de Comunicação da UnB; Ricardo Pedreira, diretor executivo da ANJ; Eduardo Matsuki, fundador do site Boatos.org; além de estudiosos especialistas no tema, como Marcelo Vitorino, professor de marketing político e digital da Escola Superior de Propaganda e Marketing. Saiba como participar aqui, pelo site do Correio. É importante conhecer o inimigo para lutar contra ele. Jogar luz sobre o tema e torná-lo conhecido é a arma mais eficaz.