Agência Estado
postado em 22/05/2018 11:44
Pré-candidato do PSL à Presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro (RJ) afirmou nesta terça-feira (22/5), que seus posicionamentos sobre a economia têm "evoluído" ao longo do tempo e que o intuito é se aproximar do pensamento defendido pelo economista de orientação liberal Paulo Guedes, que o assessora na campanha, mas de forma a encontrar um "meio termo", como no tocante às privatizações.
"Tenho consciência que temos que nos aproximar das ideias do Guedes. Não 100%, mas quem sabe 95%", afirmou Bolsonaro, em sabatina promovida pela rádio Jovem Pan.
Bolsonaro foi questionado sobre se as ideias econômicas que tem defendido nessa corrida presidencial não contrastam com seu histórico parlamentar, com a defesa de visões setoriais, principalmente relacionadas às Forças Armadas, e estatizantes. O parlamentar fluminense retrucou e disse que tem "evoluído" em alguns posicionamentos e deu como exemplo sua atuação em relação à área de petróleo e gás. Em 2016, na votação que retirou a obrigatoriedade da Petrobras para operar os campos do Pré-Sal, Bolsonaro votou a favor.
O pré-candidato foi instado a falar sobre qual seria o seu plano econômico. Ele disse que concorda com um plano de privatização, mas ressaltou que determinadas coisas são "estratégicas".
"Não podemos jogar para cima tudo que temos", disse, sem citar quais áreas ou empresas continuariam sob o guarda-chuva estatal, mas destacando que mesmo que tudo fosse privatizado, como chegou a defender Guedes, o montante seria suficiente para abater apenas 20% da dívida pública.
O deputado reiterou o que disse na segunda-feira, 21, no Rio de Janeiro e defendeu uma lei trabalhista que "beire a informalidade" como forma de conter o desemprego no País. "Melhor menos direitos e mais emprego", disse ele na véspera, em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
Previdência acabe com ;fábrica de marajás;
O deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à Presidência da República, afirmou nesta terça-feira, 22, em sabatina promovida pela rádio Jovem Pan de São Paulo, que a questão da seguridade social e da reforma da Previdência tem que ser feita por partes e precisa combater privilégios. "Precisamos acabar com a fábrica de marajás", defendeu, citando como exemplo sua experiência na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde foi vereador.
Na entrevista, ele destacou que poderá rever as pensões concedidas às famílias de militares (viúvas e filhas), mas foi vago e não explicitou o que poderia fazer nesse sentido, admitindo que de "quem está recebendo não tem como retirar".
Outro assunto que Bolsonaro se esquivou de comentar mais profundamente foi sobre o salário mínimo. "É pouco para quem recebe e muito para quem paga", resumiu, citando os aposentados, e destacando que já recebeu muitos prefeitos em Brasília pedindo que os congressistas não aprovem novos aumentos, que complicavam o orçamento em seus municípios.
"Como resolver isso aí? Pelo amor de Deus, me ajude a resolver isso", brincou com os apresentadores, quando questionado sobre o que faria sobre o assunto.