Agência Estado
postado em 23/05/2018 11:22
O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB e presidente nacional do partido, Geraldo Alckmin, defendeu que "se cumpra" a decisão que determinou a prisão do ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, condenado a 20 anos de prisão no caso do chamado mensalão mineiro e já considerado foragido.
[SAIBAMAIS]"O PSDB não é imune a crítica, a prestar contas ao poder judiciário e não passamos a mão na cabeça de ninguém", disse o tucano, em sabatina realizada pela Folha de S.Paulo, UOL e SBT.
Alckmin repetiu que "ninguém está acima da lei" e que as decisões judiciais valem tanto para o PSDB como para o PT. O ex-governador paulista evitou, porém, comentar se considera Azeredo culpado ou inocente. "Decisão judicial se cumpre, garante-se o direito de defesa e respeita-se a decisão judicial. Tem que ser para todo mundo. Vai cumprir a decisão judicial", finalizou.
;Indignado;
O ex-governador se disse "indignado" com as acusações contra ele sobre supostos recebimentos de caixa dois em campanhas eleitorais. O tucano é citado por delatores da construtora Odebrecht e recentemente foi mencionado por integrantes da concessionária CCR em casos de contribuições não oficiais em campanhas ao governo de São Paulo.
Alckmin procurou se diferenciar de outros políticos investigados e disse que na política não é "todo mundo igual", alegando não ter enriquecido nos cargos públicos que ocupou.
Com inquéritos abertos após a delação da Odebrecht em andamento na Justiça Eleitoral e no Ministério Público de São Paulo, Alckmin negou interferências no processo judicial. Ele criticou, no entanto, a abertura de uma investigação no âmbito civil em São Paulo. "Não tem nenhum problema, pode fazer as duas investigações", pontuou.
O tucano procurou desacreditar a revelação de que a concessionária CCR narrou ao MP de São Paulo suposto pagamento de R$ 5 milhões em caixa 2 para sua campanha em 2010. Alckmin argumentou que sua gestão agiu contra interesses da empresa ao rever contratos, baixar o preço dos pedágios e abrir concorrência para sistemas de cobrança automática nas praças. "Ninguém ajuda alguém que sabe de antemão que vai trabalhar contra seus interesses", afirmou.
O ex-governador disse que ele e seus advogados "não sabem" do que se trata a delação da CCR, apesar de ter sido relevada pela imprensa. "Precisa contar que milagre é esse."
Sobre seu cunhado Adhemar Ribeiro, apontado como arrecadador informal de suas campanhas, o tucano disse que ele participou apenas como "simpatizante do PSDB".
"Minhas campanhas foram feitas rigorosamente dentro da lei, sem nenhuma ostentação", alegou. "Eu me sinto indignado porque há uma tendência de defenestrar a política e dizer que todo mundo é igual, e não é", afirmou o tucano. Para ele é preciso diferenciar quem enriquece na política de quem "trabalha para o povo".