Politica

"Não há instrumento concreto de defesa", diz secretário sobre fake news

Secretário de Comunicação do DF, Paulo Fona, foi um dos participantes do seminário Correio Debate: Fake News - O impacto das notícias falsas na democracia

Gabriela Vinhal, Bernardo Bittar
postado em 24/05/2018 16:06
Evento Correio Debate: Fake News - o impacto das notícias falsas na democracia
Apesar da era digital ser recente, as notícias falsas são antigas. Podem ser consideradas, ao pé da letra, como boatos. Se há mais de cem anos a "fofoca" já existia, como conseguir desmistifica-la afinal? O futuro do combate às fake News no Brasil em defesa da democracia divide a opinião de especialistas que participam do Correio Debate: Fake News - O impacto das notícias falsas na democracia, nesta quarta-feira (24/5), no auditório do Correio Braziliense. Entre as estratégias debatidas estão a mobilização da imprensa, das autoridades e, principalmente, do entendimento da população acerca do conteúdo fraudulento.

Murillo de Aragão, membro do Conselho de Comunicação do Congresso Nacional, ressalta o importante papel das fake news na história política e social do mundo. Para o especialista, essas notícias podem mudar o rumo de um país. Confiante, acredita que a luta contra o conteúdo fraudulento tem se intensificado em diversos setores da sociedade. Mas ainda precisa estar na pauta da educação brasileira, para ensinar a visão crítica sobre o assunto.

"As fake News vão continuar existindo, por isso é importante a conscientização. Não há tempo para evita-las, porque não existe uma fórmula para tal. A produção, a transmissão, a distribuição e a recepcção são muito rápidas. O Legislativo já tem ao menos 14 projetos sobre o tema e sobre consequências de quem fizer e propagar o conteúdo", disse.

Já Paulo Fona, secretário de Estado de Comunicação do GDF, dificilmente o Brasil conseguirá acabar ou combater as notícias falsas. Isso, porque, cada indivíduo que tem um smartphone já tem potencial midiático nas redes sociais. Ao contrário de Aragão, Fona se diz "pessimista", mesmo que as autoridades refaçam uma legislação mais específica na área.

"Esse universo é mutante e, além de tudo, é uma plataforma em que internautas colocam suas opiniões. A linha entre repreender a fake News e a liberdade de expressão é tênue. Não há, até agora, um instrumento de concreto de defesa", lamentou.

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