Rodolfo Costa , Renato Souza
postado em 26/05/2018 08:00
Eles não podem dividir uma mesma boleia, mas são os dois principais dirigentes da categoria que está bloqueando estradas e afetando o abastecimento em todo o país. O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, de 57 anos; e o presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, de 76 anos, são adversários no intrincado mundo dos grupos, confederações e federações que dizem representar a categoria.
Na quinta-feira, Fonseca abandonou a reunião das entidades com o governo. Ele se levantou da mesa de negociações assim que percebeu que seus pares estavam prontos para aceitar uma trégua de 15 dias nas paralisações ; entre eles, Diumar Bueno. Saiu do encontro afirmando que só encerraria o movimento depois de ;assinada e carimbada a lei que retira dos combustíveis PIS/Cofins e Cide;. Já Bueno preferiu permanecer e deu um voto de confiança ao governo. Ou seja, com dois líderes pregando posições antagônicas, a categoria, que reúne mais de 1 milhão de profissionais, ficou sem saber qual liderança seguir: Fonseca ou Bueno?
Entre os caminhoneiros da linha de frente (aqueles que estão bloqueando estradas), a liderança do movimento não é clara. A maioria não reconhece nenhum dos dois. Desconfiam que as entidades estejam sendo usadas pelos patrões. Além disso, os grupos parecem se organizar de forma quase independente ; com muita comunicação via WhatsApp.