Agência Estado
postado em 30/05/2018 13:30
Uma testemunha que ligou chorando para o Ministério Público Federal de São Paulo, dizendo ter medo de depor, embasou a nova ordem de prisão do engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa apontado como operador do PSDB. O homem, que acabou prestando depoimento em sala separada dos réus e sem a divulgação de suas imagens, relatou como ficou sabendo de desvios em programas de reassentamento da empresa da Desenvolvimento Rodoviário S/A.
[SAIBAMAIS]Acusado pelo desvio de recursos de R$ 7,7 milhões da Dersa, entre 2009 e 2011 (governos Serra e Alckmin), Vieira de Souza foi preso nesta quarta-feira, 30/5, por ordem da juíza Maria Isabel do Prado, da 5; Vara Criminal Federal de São Paulo.
Um ex-chefe de departamento da companhia, Geraldo Casas Vilela, também teve prisão decretada. Logo cedo, agentes da Polícia Federal foram à casa de Vilela, mas ele não estava. Seu advogado, Fernando Araneo, informou que Vilela está viajando, mas vai se apresentar à PF.
Além da ação penal por desvios de R$ 7,7 milhões em reassentamentos para obras do Rodoanel Trecho Sul, Vieira de Souza é investigado por supostamente operar propinas para o PSDB
Ex-executivos das empreiteiras Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez relataram à Polícia Federal terem feito repasses de 0,75% ao ex-diretor da Dersa no âmbito de verbas para construção do Rodoanel.
Em cooperação com autoridades Suíças, a Lava Jato descobriu conta atribuída a Souza com R$ 113 milhões não declarados. O ex-diretor da Dersa havia sido preso em 6 de abril. Ficou em regime preventivo até 11 de maio quando foi solto pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
Segundo a decisão judicial que manda prender o suposto operador tucano, a medida é necessária para "assegurar a instrução criminal". Na representação pela prisão de Vieira de Souza, o Ministério Público Federal sustentou as reiterações de ameaças por parte dos réus.