Rosana Hessel
postado em 06/06/2018 12:13
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O pré-candidato à Presidência da República pelo MDB, ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reforçou a necessidade da reforma da Previdência no próximo governo para evitar uma crise maior nas contas públicas, comprometendo o pagamento de aposentadorias e de salários.
;A discussão não é se a reforma da Previdência vai ser feita, mas é quando. Ela é inevitável;, afirmou Meirelles, durante sabatina de pré-candidatos ao Palácio do Planalto realizada pelo Correio nesta quarta-feira (06/06). Ele destacou que que em nenhum país que mudou o sistema de aposentadorias o processo foi normal. O ex-ministro reforçou que a proposta atinge mais quem recebe salários maiores e se aposenta muito cedo, porque um dos objetivos é corrigir as distorções hoje existentes. ;Quem recebe menos, será beneficiado (com a reforma). Tudo isso está sendo esclarecido;, garantiu.
Ao ser questionado sobre reforma tributária, o ex-ministro reconheceu que a carga de impostos é muito pesada e o governo precisa voltar a questão de reduzir as despesas porque mesmo com a arrecadação elevada, as contas públicas registram deficits. ;A carga tributária é a maior dos emergentes e é ai que começam as grandes distorções porque tem que tributar qualquer coisa. Uma coisa que o brasil aprendeu a fazer é arrecadar, mas há muita distorção;, afirmou. ;Em primeiro lugar, é importante que diminuam as despesas;, emendou. Segundo ele, é preciso fazer uma reforma em acordo com estados e municípios, e uma reforma abrangente, ;para racionalizar o sistema; de forma a proporcionar mais justiça tributária;.
O ex-ministro reconheceu que as contas públicas ainda não melhoraram porque o estrago feito pelo governo anterior foi muito grande. ;Foi uma destruição que não se conserta do dia para a noite;, frisou. Ele reforçou que a recuperação da economia ainda está em curso e esse é o capital político que ele defende em sua campanha. ;O Brasil cresceu depois da maior recessão da história e isso é inquestionável. Não é só discurso. Basta dizer o que foi feito;, afirmou.
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Fundo de estabilização
Em meio a polemica dos preços dos combustíveis, na avaliação do pré-candidato, a criação de um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis evitaria o problema atual do ajuste diário, compensando altas e baixas muito fortes nos preços, a exemplo do que ocorre no Chile. Com isso, segundo ele, a atual política da Petrobras, seria preservada porque a estatal precisa recuperar a capacidade de investir uma vez que ;quase foi destruída; pelo governo anterior.
Meirelles defendeu a pulverização do capital da Petrobras e de outras estatais, de forma a assegurar que a administração fique mais profissional, mas sem criar monopólios. ;Tem que garantir a competição do setor, aumentando a participação do capital privado para uma política de profissionalização gradual da gestão;, disse ele, que defendeu a privatização do Banco do Brasil e da Caixa, mas pulverizando o capital e evitando que um banco nacional tenha o controle e monopolize o mercado.
Para Meirelles, o que ocorreu na última semana não foi uma greve dos caminhoneiros, mas um locaute de transportadoras, que paralisou o país. ;Primeiro foi uma greve, e depois um locaute, um bloqueio de empresas que é ilegal;, disse ele, lembrando que a população ficou dividida em apoiar a manifestação.
Meirelles foi o terceiro pré-candidato para chefiar o Executivo nacional sabatinado por editores e colunistas do Correio. O evento tem o apoio do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) e pode ser acompanhado ao vivo pela internet e a partir de inserções ao longo da programação da TV Brasília.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi o primeiro a ser sabatinado, seguido por Marina Silva (Rede) e por Henrique Meirelles. Na sequência, é a vez de Jair Bolsonaro (PSL), que encerra o bloco da manhã.
Na parte da tarde, serão sabatinados Ciro Gomes (PDT), Alvaro Dias (Podemos), Manuela D;Ávila (PCdoB), Paulo Rabello de Castro (PSC), Guilherme Afif Domingos (PSD), Flávio Rocha (PRB) e Geraldo Alckmin (PSDB), que encerrará a programação.