Politica

Em sabatina no Correio, Afif Domingos defende um juiz em cada delegacia

Pré-candidato afirmou que a lentidão do sistema jurídico precisa ser resolvida e defendeu o andamento da operação Lava-Jato

Renato Souza, Ingrid Soares
postado em 06/06/2018 19:10

Guilherme Afif Domingos

Na sabatina com os pré-candidatos à Presidência da República, promovido pelo Correio Braziliense em parceria com o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco-Nacional), nesta quarta-feira (6/6), Guilherme Afif Domingos (PSD) defendeu mudanças no sistema de segurança pública para combater a violência urbana.


Afif destacou que o atual sistema policial e de Justiça são lentos, o que contribui para a insegurança e aumento da violência. "Vou colocar uma ideia radical aqui: polícia vai para o Judiciário. Polícia Civil e a Polícia Federal também. Para que a gente tenha um juiz em cada delegacia. Temos que acabar com essa história do inquérito. A investigação já começa no Judiciário. Com um magistrado em cada delegacia você agiliza o sistema. Tem casos de multas de trânsito que pode ser julgado na hora", destacou. "Você dá celeridade. Aquelas multas de trânsito vai para a delegacia, já tem o juiz, já julga e da a sentença na hora. A Justiça tem que estar perto do cidadão. Hoje a Justiça está muito longe do cidadão", detalhou Afif.

O pré-candidato defendeu, ainda, mudanças no sistema política para combater a corrupção e disse que não é mais possível ter retrocessos nas investigações da Lava-Jato. "Não tem mais como voltar nas ações da Lava-Jato. A sociedade não aceita isso mais. O que se tem que mudar é o sistema. Hoje temos a sangria dos cofres públicos para financiar campanhas milionárias", completou.

"Nos EUA temos 6 mil bancos, no Brasil cinco dominam"

Afif Domingos falou também que, se eleito, vai mudar a legislação para descentralizar o sistema bancário. De acordo com Afif, o modelo ideal é o usado nos Estados Unidos, que ampliou a quantidade de bancos.

O pré-candidato defendeu redução da burocracia aplicada as empresas e mudanças no programa de concessão de crédito para microempresas. "Nos EUA temos 6 mil bancos. Lá eles fazem questão de que tenha regionalização do crédito. Aqui no Brasil temos praticamente 5 bancos que controlam 84% do sistema financeiro", afirmou.

Ao ser questionado sobre a reforma política, Afif defendeu a convocação de uma assembleia constituinte exclusiva para decidir as mudanças no Poder Legislativo e no Poder Judiciário. "Se não mudar a estrutura política do país, não vamos resolver nenhum dos problemas", completou.

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Após a sabatina, já do lado de fora do auditório do Correio, Afif defendeu que pessoas de baixa renda devem pagar menos impostos. "Antes de mais nada, precisa de uma reforma federativa e do sistema fiscal. Quem faz o quê. O município faz o que o estado faz. O estado faz o que o município faz. A União quer fazer tudo e não repassa verba para estados e municípios. A carga tributária e astronômica e sufoca principalmente os mais pobres que são os que pagam mais impostos. Precisa de um sistema tributário altamente simplificado, um sistema de imposto progressivo e que atinja mais a renda e menos o consumo;, disse.

Sobre a corrupção no país, ele avalia as mudanças que julga serem necessárias: ;É fruto do centralismo e do poder excessivo do estado. Dá ao agente público um poder sobre a sociedade. Aí vem os corruptores. Tem que reduzir o Estado a funções de educação, saúde e segurança. O sistema eleitoral também convida à corrupção. Tem que haver uma diminuição drástica do custo de campanha;.

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