Agência Estado
postado em 11/06/2018 17:49
O ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta segunda-feira, 11, que o presidente Michel Temer, investigado criminalmente pela Polícia Federal no inquérito sobre o decreto dos portos, "tem sido alvo de muitas injustiças", mas vem usando "de serenidade para se manter absolutamente fiel aos ditames da Constituição". A PF é vinculada ao ministério comandado por Jungmann.
O ministro elogiou a "coragem" de Temer em discurso na cerimônia de sanção do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), no Palácio do Planalto. No ato, o presidente assinou medida provisória que destinará parte da arrecadação das loterias esportivas federais para gastos de combate à criminalidade.
Jungmann comparou Temer a um "timoneiro" e afirmou que o presidente "dá exemplo de como enfrentar uma crise". "Os brasileiros serão gratos por esses dias difíceis e árduos", disse.
O ministro afirmou que o governo federal pela primeira vez dá um rumo no combate à violência no País e que as medidas do governo são suficientes para enfrentar o crime organizado, garantindo "segurança, direito à vida, à tranquilidade e ao sossego".
Jungmann ponderou que Temer "não irá colher os frutos do que está criando", mas tem responsabilidade com o Estado". "Essa é a resposta que se dá ao crime organizado. (Resposta) competente, eficaz, legal e em nome da vida", disse o titular da pasta. "O governo federal nunca deu rumos para a segurança pública no Brasil. A segurança pública vive uma emergência. Pela primeira vez o governo central assume essa responsabilidade", discursou.
Jungmann afirmou que o País tem "imensa dificuldade em fazer Justiça" e que a perspectiva do governo federal é que, em 2019, o sistema carcerário do Brasil ultrapasse 1 milhão de presos - atualmente são mais de 700 mil.
"O espaço local de máxima imposição de poder do Estado é hoje em larga medida controlado por quadrilhas. O Estado se transforma em recrutador do crime organizado."
O ministro disse que o SUSP permitirá que o governo federal e os governos estaduais poderão agora pensar conjuntamente em planos de segurança decenais e que também serão envolvidos o Ministério Público, o Judiciário e forças policiais dos Estados e municípios.
O SUSP prevê a integração de dados de inteligência, operações conjuntas, produção de dados únicos e conceitos e registros criminais à disposição de todos os níveis de governo, além do funcionamento de conselhos de segurança.
Jungmann disse que os recursos advindos das loterias serão permanentes para a segurança e que a redistribuição permitirá que o governo negocie contratos de gestão com os Estados - com base em metas como redução de homicídios, formação de policiais, produção de dados e funcionamento de corregedorias policiais independentes.
Jungmann lembrou os incêndios de cem ônibus em vinte cidades de Minas Gerais, ordenados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC): "O confronto desafia o Estado, as instituições e a democracia. Essa é a resposta do Estado brasileiro, suficiente e adequada".