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'Alguém te diz o que você queria ouvir', diz Cármen Lúcia sobre fake news

A ministra tratou do tema no encerramento do seminário "30 anos sem Censura - A Constituição de 1988 e a liberdade de imprensa", realizado em Brasília

Agência Estado
postado em 11/06/2018 21:14
A ministra tratou do tema no encerramento do seminário
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, disse nesta segunda-feira (11/6) que as fake news (notícias falsas) podem não ser uma novidade, mas prosperam porque "alguém te diz o que você queria ouvir" e ouve, portanto, sem criticar. A ministra tratou do tema no encerramento do seminário "30 anos sem Censura - A Constituição de 1988 e a liberdade de imprensa", realizado em Brasília.

"Fake news pode não ser uma novidade, mas pra quem é do interior como eu, já deve ter visto algum mascate numa praça gritando e, eu digo tranquilamente, porque eu adoro uma praça e gente, pode ser essa aqui ou de Espinosa (cidade onde a ministra passou a infância), tem a mesma graça, ele vai gritando, ;se aproxime, freguês amigo, que aqui tem uma planta que não deixa cair cabelo, não deixa cair alegria, não deixa cair sua esperança;. Deve ser fake news mesmo, porque minha esperança não depende de uma planta", comentou a ministra.

Na avaliação de Cármen Lúcia, as pessoas tendem a querer que "alguém nos entregue aquilo que é a ilusão da segurança de alguma possibilidade concreta e imediata de ser feliz".

"Talvez a fake news prospere porque alguém te diz o que você queria ouvir ou não precisa de pensar e ouve, portanto, sem criticar. E ai eu ponho a questão da liberdade mesmo, antes da liberdade de expressão, quem abre mão da sua liberdade não tem segurança, não tem capacidade crítica e está fadado ao efeito manada", disse Cármen.

"Você deixa de ser o indivíduo, pelo qual tanto lutamos pela sua dignidade, e não há dignidade sem liberdade, para sermos apenas alguém que entra numa massa e, portanto, perde a sua individualidade que é a grande conquista da humanidade e do direito constitucional contemporâneo", concluiu a ministra.

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