Politica

PT pode ficar isolado em ao menos oito das 27 unidades da federação

No Distrito Federal, por exemplo, Partido dos Trabalhadores não definiu nomes de apoio, e tendência é de isolamento

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 17/06/2018 07:00
Luiz Marinho, de São Paulo: PT quer manter número de governadores

Levantamento com dirigentes nacionais e estaduais do PT mostra que o partido pode ficar isolado nas disputas por governos em ao menos oito das 27 unidades da federação que somam quase a metade do eleitorado brasileiro. Luiz Marinho, em São Paulo; Marcia Tiburi, no Rio; Miguel Rossetto, no Rio Grande do Sul; Dr. Rosinha, no Paraná; Décio Lima, em Santa Catarina e Humberto Amaducci, no Mato Grosso do Sul, até agora não conseguiram apoio de nenhuma outra sigla. No Mato Grosso e no Distrito Federal, o PT não definiu nomes até o momento, mas a tendência também é de isolamento.

Juntas, estas unidades federativas representam 70,9 milhões de eleitores ou 49,3% do total de brasileiros aptos a votar. Dirigentes petistas dizem que o isolamento é inédito desde a década de 1980, quando o PT ainda era um coadjuvante nas disputas eleitorais e tinha postura restritiva em relação à política de alianças.

Segundo líderes petistas, a situação é resquício da série de tombos que o partido levou desde as manifestações de junho de 2013, passando pela Operação Lava-Jato, o impeachment de Dilma Rousseff e culminando com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além disso, o cenário nos estados onde os petistas estão isolados repete o quadro nacional. Decidido a manter a candidatura de Lula, mesmo condenado em segunda instância e preso em Curitiba, o PT ainda não conseguiu fechar uma aliança nem sequer para a disputa presidencial.

;O debate sobre alianças ainda está em curso e há tempo para aumentar as nossas coligações;, disse o deputado Paulo Teixeira (SP), um dos vice-presidentes do PT e integrante da Comissão Eleitoral do partido. ;A possibilidade de apoio é um ativo político. Por isso, ninguém quer revelar as conversas que teve;, completou.

De acordo com Teixeira, vários partidos têm manifestado interesse no apoio do PT, principalmente por causa do tempo de TV (a sigla tem a maior bancada da Câmara) e da liderança de Lula nas pesquisas, mas o calendário eleitoral que permite definições até o início de agosto tem atrasado as decisões.

O isolamento é maior na região Sul, onde a onda antipetista, iniciada em 2013, teve mais força. No Rio Grande do Sul, estado governado duas vezes pelo PT, o ex-ministro Rossetto é pré-candidato a governador em uma chapa ;puro-sangue;. No quadro atual, o PSB, com quem o PT tenta uma aliança nacional, é o principal parceiro e deve receber apoio petista em ao menos 12 estados (AM, AP, ES, PB, SE, RO e TO). Por outro lado, o PT espera ser retribuído em outros cinco BA, CE, AC, PI e GO. Apesar do isolamento em unidades regionais, o PT espera manter ou até aumentar o número de governadores. Em quatro dos cinco estados governados pelo partido, o candidato petista é favorito (Minas é a exceção), segundo pesauisas.


Preparação dos políticos

A quinta e última etapa presencial de formação de lideranças políticas do programa RenovaBR ocorrerá esta semana em Brasília, entre amanhã e quinta-feira. A visita à capital inclui palestra sobre reforma política com o ministro do STF Luís Roberto Barroso. Também participarão do evento o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) e a senadora Ana Amélia (PP-RS), além do cientista político Murillo de Aragão. Os seminários serão fechados para as lideranças do programa, mas transmitidos ao vivo pela internet. Ao longo da semana, o grupo também terá aulas sobre experiência em campanha e arrecadação.

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