Politica

Inocentada no STF, Gleisi ainda enfrenta 2 denúncias e investigação na PF

Inocentada em ação penal que corria no Supremo, senadora ainda enfrenta duas denúncias na Corte e é alvo de uma investigação na PF

Renato Souza
postado em 21/06/2018 06:00
O casal Gleisi e Paulo Bernardo também é investigado pela Polícia Federal

Absolvida da acusação de ter recebido R$ 1 milhão em propina para usar na campanha eleitoral de 2010, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-RS) ainda é alvo de duas denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Além dessas ações, ela também enfrenta uma investigação que corre na Polícia Federal. O inquérito policial que apura um suposto esquema de corrupção no Ministério do Planejamento teve origem nas investigações da Operação Lava-Jato.

Na investigação mais recente, relacionada à pasta do Planejamento, a PF investiga se a empresa Consist repassou propina para políticos a fim de conseguir contratos com o ministério. A suspeita, de acordo com as diligências, é de que Gleisi recebeu R$ 1 milhão para integrar o esquema. Assim como na ação em que a senadora foi absolvida, o marido dela, Paulo Bernardo, também figura entre os investigados. O dinheiro teria sido repassado pelo escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves. Ainda não ocorreu denúncia relativa a esses fatos.

Os valores teriam sido utilizados na campanha eleitoral dela. Em nota, a senadora negou as acusações e disse que todos os gastos envolvendo o escritório citado foram declarados à Justiça Eleitoral. ;Todas as despesas de campanha que fiz com o escritório de Guilherme Gonçalves estão declaradas. Entre uma campanha e outra, ele cuidou dos processos decorrentes das disputas eleitorais, pagando as despesas relativas a esses processos;, afirmou. O inquérito corre sob segredo de Justiça. O escritório Guilherme Gonçalves informou que ;todos os honorários recebidos são frutos exclusivos do trabalho do advogado e de longa dedicação à advocacia;.

Lava-Jato

A senadora responde a uma denúncia com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ex-ministros Antônio Palocci e Paulo Bernardo e o empresário Marcelo Odebrecht pelos crimes de corrupção (passiva e ativa) e lavagem de dinheiro. O processo corre no âmbito da Lava-Jato. Segundo o Ministério Público, os crimes ocorreram em 2010, ;quando a Construtora Odebrecht prometeu ao então presidente Lula a doação de US$ 40 milhões em troca de decisões políticas que beneficiassem o grupo econômico;.

As investigações, de acordo com o MPF, revelaram que os valores ficaram à disposição do Partido dos Trabalhadores (PT), tendo sido utilizada em operações como a que beneficiou a senadora na disputa ao governo do Paraná, em 2014. Gleisi afirma que as acusações ;são falsas;, pois tentam ;ligar decisões de 2010 a uma campanha eleitoral dela que ocorreu em 2014;.

O Ministério Público ainda pode apresentar os chamados embargos de declaração na ação que resultou na absolvição de Gleisi e do marido na Suprema Corte. Mas o recurso não tem poder para alterar a decisão dos ministros.

CVM abre processo contra Dilma

A ex-presidente Dilma Rousseff e 11 ex-integrantes do Conselho de Administração e administradores da Petrobras terão de responder a processo sancionador na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A aquisição provocou prejuízo de US$ 792 milhões à estatal, segundo cálculos do Tribunal de Contas da União (TCU). A CVM, que regula o mercado de ações no Brasil, acusa os conselheiros da estatal de não terem atuado no melhor interesse da companhia ao aprovar a operação. Dilma foi presidente do conselho da petroleira até março de 2010, quando era ministra da Casa Civil. Entre os acusados também estão o ex-ministro Antonio Palocci e José Sérgio Gabrielli, que presidia a empresa.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação