Politica

MP denuncia Joesley Batista e Marcelo Miller

Ministério Público afirma que ex-procurador recebeu propina para ajudar executivos da J a fecharem acordo de delação

Renato Souza
postado em 25/06/2018 15:48
Joesley Batista
O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra o empresário Joesley Batista e o ex-procurador da República, Marcelo Miller. A peça de acusação foi enviada nesta segunda-feira (25/3) para a Justiça Federal de Brasília. Além deles, também foram denunciados a advogada Esther Flesch e o ex-diretor jurídico da JBS Francisco de Assis e Silva.

[SAIBAMAIS]O Ministério Público afirma que Marcelo Miller recebeu R$ 700 mil em propina para obter informações que ajudaram nas negociações que resultaram no acordo de delação premiada de executivos da J. De acordo com a assessoria de imprensa da Justiça Federal do DF, o processo está em segredo de Justiça.

Antes de sair da Procuradoria-Geral da República, Miller atuou na Operação Lava-Jato. Ele era considerado uma pessoa de confiança do ex-procurador-geral, Rodrigo Janot.
Leia a nota da defesa de Marcelo Miller, na íntegra:
"A defesa de Marcello Miller esclarece que:

1. A denúncia não consegue especificar que vantagem financeira teria sido oferecida a Miller. Não consegue porque essa oferta simplesmente não existiu.

2. O que Miller recebeu da J foi uma oferta de emprego, sem quantificação de valores, e mesmo assim não a aceitou, conforme evidenciado em mensagens de áudio entre Wesley e Joesley Batista, as quais são de domínio público. Miller estranha que esse diálogo não seja mencionado na denúncia.

3. A denúncia não consegue descrever um único ato de solicitação, aceitação ou recebimento de vantagem indevida por Miller. Não consegue porque isso simplesmente não aconteceu.

4. Miller nunca determinou a emissão de nenhuma fatura e não foi sequer informado da emissão de fatura de 700 mil reais à empresa J.

5. A denúncia tenta qualificar como relativos à função pública atos que qualquer advogado com alguma experiência poderia praticar. E desconsidera a prova dos autos, que aponta em uma única direção: Miller não utilizou a função pública, da qual já estava em notório desligamento, para nenhuma finalidade privada."

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