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Debate sobre fake news na Campus Party trata da segurança de dados

Atualmente, o código penal brasileiro prevê punição apenas em crimes contra a honra (como a calúnia e a difamação)

Letícia Cotta*
postado em 28/06/2018 19:30
Atualmente, o código penal brasileiro prevê punição apenas em crimes contra a honra (como a calúnia e a difamação)
O problema da existência de fake news em período eleitoral não está somente na propagação das notícias falsas, de acordo com a palestrante Rafaela Reis. "Não está só em compartilhar notícia falsa, mas em perpetuar a notícia falsa para gerar visualizações, como alguns veículos de comunicação fazem", afirma a palestrante.

Além disso, como o país se encontra num período de eleições, pesquisas da Universidade de Brasília já anunciaram que 70% de perfis em redes sociais, de acadêmicos, são falsos e que serão utilizados em campanhas políticas ao longo do ano. "Saiu uma pesquisa na UNB dizendo que 70% desses pesquisadores, serão perfis usados em campanhas políticas. Toda vez que você abre os perfis, eles puxam dados de vocês para ver o tipo de coisa que você gosta para explorarem isso nas campanhas", explica Reis.

Atualmente, o código penal brasileiro prevê punição apenas em crimes contra a honra (como a calúnia e a difamação). E isso, segundo alguns estudiosos, gera a necessidade de uma lei de proteção de dados. Um exemplo disso é o monitor de redes sociais, Edson Andrade, que se preocupa com a falta de aprovação de um projeto de lei que defenda isso. "Temos um projeto de lei que ainda não foi aprovado, e acho que esse ano vamos sofrer muito com as fake news, por conta do grande número de dados que existem. Não só por determinadas notícias de candidatos, mas também pelo uso negativo das informações. Talvez uma lei possa nos proteger mais desses ataques", analisa.

A solução, por enquanto, é monitorar as publicações tidas como falsas, comparar notícias entre veículos de imprensa, e procurar empresas especializadas no combate às fake news, de acordo com Rafaela Reis. "É importante termos proteção, pelo fato de termos segurança e podermos usarmos internet. Principalmente quem mexe com dados, esse pessoal não tem a segurança de que a pessoa que roubou o dado vá sofrer, de fato, alguma pena", afirma.

*Estagiária supervisionada por

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