Politica

Alckmin diz ter "vontade de estar junto" ao DEM na corrida presidencial

O ex-governador de São Paulo assegura que as divergências internas do PSDB estão superadas e que seu nome está consolidado como pré-candidato tucano

Bernardo Bittar
postado em 04/07/2018 12:02
alckmin
Em evento organizado nesta quarta-feira (4/7) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, o ex-governador de São Paulo e candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, prometeu concentrar-se na pauta econômica do país caso seja eleito como presidente da República. O tucano também falou sobre a possibilidade de alianças, necessárias para um upgrade em sua candidatura. Assuntos recorrentes em seus discursos, como a renda do brasileiro e a reorganização da Previdência Social, também foram discutidos.

Pressionado pelo partido a melhorar seus índices perante a sociedade, o pré-candidato do PSDB disse que não há mais nenhum mal-estar interno e que, entre os tucanos, o nome dele firmou-se como concorrente ao Planalto. Sobre uma possível aliança com o DEM, cuja cabeça de chapa seria o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que "existe vontade de estar junto".

[SAIBAMAIS]Alckmin disse que a próxima eleição não define apenas os próximos quatro anos, mas uma geração que está por vir. O Brasil precisa trilhar caminho diferente. "Quem assumir vai ter um Congresso muito dividido, nenhum partido terá mais de 10% das cadeiras", ponderou.

O ex-governador disse que o país está há seis anos com déficit primário, gastando mais que arrecada. "Aí nos esbarramos com baixíssimos investimentos e não temos como crescer. A força de democracia é fundamental (...) os primeiros seis meses (de governo) são essenciais para fazer as reformas que precisam ser feitas. E não tenho medo de mudar".

Reforma da Previdência

Sobre a reforma de Previdência, o tucano disse que, devido ao deficit de R$ 18,5 bilhões, o sistema precisa de mudanças urgentes ou entrará em colapso. "Capitalização deve ser individual. Não faz sentido ter um benefício definido para o serviço público e um teto baixo para a iniciativa privada. O certo é igualar e fazer com que as pessoas contribuam".

Questionado sobre a baixa posição do Brasil no fator "peso dos produtos" e da alta complexidade do sistema tributário brasileiro, que tem oito tributos sobre a circulação de bens e serviços, Alckmin respondeu que as mudanças estão entre as principais diretrizes do governo. "Uma boa simplificação tributária pode trazer 1% de crescimento ao PIB em 10 anos. Implantar o IVA (Imposto Sobre o Valor Acrescentado) é algo que será necessário para dar um empurrão no setor industrial", disse o tucano.

Sobre segurança jurídica e segurança pública, Geraldo Alckmin disse que "há um problema de legitimidade nos Três Poderes, que precisam se sentar para resolver as arestas. Poderes são independentes mas devem ser harmônicos. Temos um excesso de judicialização, com milhões de processos e o país litigando. Não somos o país dos resultados, e, sim, o de regra".

Falando sobre a própria candidatura, ainda sem fôlego segundo as últimas pesquisas, o tucano acrescentou: "embora vocês não tenham perguntado, pois são muito fidalgos, eu digo: tenho condições e vou ganhar a eleição e mudar o país".

Em entrevista coletiva após a apresentação, Alckmin disse que pretende reduzir o imposto de renda de pessoas jurídicas (corporativos), e fazer mudanças na tarifa de energia elétrica, que qualificou como "um dos resultados o intervencionismo do último governo".

Para combater o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Jair Bolsonaro (PSL), o candidato pedetista disse que "só o tempo responde essas coisas. O brasileiro ainda não sabe quem é candidato, o que as pessoas defendem; A campanha ainda não começou. Os temas vão começar depois das convenções, postergadas na semana passada para ocorrer até 5 de agosto".

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