Politica

Álvaro Dias defende cortar privilégios do legislativo e mudar judiciário

Em sabatina realizada pela CNI, senador defende "refundação da República"

Deborah Fortuna
postado em 04/07/2018 16:42
O senador Álvaro Dias disse que a refundação da República passaria por um %u201Cconjunto de reformas%u201D, que ele colocaria em pauta nos primeiros 100 dias de governo
Sexto e último a discursar em evento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o pré-candidato pelo Podemos, Álvaro Dias, fez duras críticas ao modo de políticas de antigos governantes, e defendeu uma ;refundação da República;. Para que essas mudanças sejam feitas, para Dias, é necessário cortar privilégios do legislativo e mudar o modelo de escolha dos ministros do judiciário.

[SAIBAMAIS]O Diálogo da Indústria com candidatos à presidência da República também recebeu Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT). O debate ocorreu ao longo desta quarta-feira (4/7). Cada um dos presidenciáveis teve 25 minutos pra discursar.

Em sua fala, o senador Álvaro Dias disse que a refundação da República passaria por um ;conjunto de reformas;, que ele colocaria em pauta nos primeiros 100 dias de governo. ;A reforma do Estado passa por um grande programa de privatização, redução das estruturas paralelas, passa pelo Congresso com a redução de deputados e senadores. Também os vereadores, buscando um legislativo mais enxuto;, disse. Como proposta, Álvaro acredita na eliminação de privilégios, e disse que a reforma da previdência é imprescindível.

Apesar de deixar claro que não estava confrontando o Supremo Tribunal Federal (STF), Dias também criticou o modelo do judiciário de escolha dos ministros que o compõe. "O modelo atual faz com que a suspeição esteja presente em todos os momentos e que a interpretação da legislação entende a circunstancias e interesse localizados. E verificamos que isso é verdadeiro", argumentou. Para ele, a interpretação da lei é "livre", o que traria suspeição mesmo quando um ministro age corretamente.

De acordo com o pré-candidato, é necessário também ;substituir; o sistema, referindo-se ao modelo de gestão presidenciável. ;Ele fabrica escândalos de corrupção, a matriz dos governos incompetentes, além de loteamento dos cargos. Esse sistema foi institucionalizado em Brasília, clonado e transplantado para estados brasileiros, distribuindo corrupção e incompetência;, avaliou.
O senador argumentou a favor da redução do número de partidos no Brasil. Atualmente são 35 siglas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele defendeu a reforma tributária como início de um processo e de melhoria. ;Ela vai simplificar o modelo, reduzir os tributos, estabelecer regras. Os que podem mais, pagam mais, os que podem menos, pagam menos;, disse.

Para o senador, todos esses projetos devem ser feitos nos primeiros dias de governo. Por isso, ele propõe apresentar os principais pilares da gestão em até 100 dias. ;Se nós não aproveitarmos os primeiros momentos, quando emerge o presidente das urnas, com credibilidade alta e confiança da população, não conseguiremos fazer as reformas necessárias;, argumentou. Além disso, segundo Dias, o próximo presidente terá que ter capacidade de comunicação para convencer os brasileiros. Apenas com esse apoio e confiança por parte da sociedade, ele ganhará base do Congresso Nacional.

Outro tema debatido foi a descrença da população na política. O senador acredita que há um descrédito generalizado no país, o que justifica os altos números de votos brancos e nulos em pesquisas de intenção de voto. ;A sensação que passa, muitas vezes, é que uma minoria assalta o poder, explora o esforço coletivo de trabalhadores e empresários para preservar seus privilégios e elitismo;, comentou. Para resolver isso, é necessário o compromisso de assegurar que todos serão iguais perante a lei. ;A República se funda nessa ideia fundamental. Ou aceitamos essa ideia para dizermos que temos futuro, ou certamente estaremos alimentando a estagnação do momento em que estamos vivendo;, concluiu.

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