Agência Estado
postado em 16/07/2018 21:31
A Polícia Federal abriu novo inquérito para investigar o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula). A PF informou ao juiz Sérgio Moro sobre a abertura do inquérito sobre supostas propinas na Espanha em benefício de Dirceu citada pelo ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada.
De acordo com o ofício, por ordem do delegado Christian Robert Wurster, foi instaurado o "inquérito n; 0752/2018-4 - SR/PF/PR para apurar possível ocorrência do delito" de lavagem de dinheiro, "além de todas as demais circunstâncias, porquanto Gérson de Mello Almada, teria pago valores decorrentes da Petrobras a José Dirceu, por intermédio de uma ;conta corrente; mantida com a Engevix e Milton Pascowitch".
Em depoimento prestado em julho de 2017, com sigilo levantado em 1.; de dezembro, Almada disse saber de uma suposta conta em Madri, administrada pelo lobista Milton Pascowitch, abastecida por propinas de contratos da Petrobras.
Os beneficiários da conta seriam o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil). O depoimento do empreiteiro foi anexado à denúncia do Ministério Público Federal sobre propinas de R$ 2,4 milhões das empreiteiras Engevix e UTC para Dirceu (Casa Civil - Governo Lula).
No mesmo depoimento, Almada confessou que firmou "contratos dissimulados" com a empresa de comunicação Entrelinhas com o fim de pagar propinas a Dirceu.
O empreiteiro afirmou que "o objeto dos contratos, anexados aos autos, nunca foi prestado à Engevix e que, mediante o fornecimento das notas fiscais pela Entrelinhas, a empreiteira pagou de 2011 a 2012, o valor de R$ 900 mil".
Em dezembro, a Lava Jato pediu ao juiz federal Sérgio Moro que a Polícia Federal investigue as novas revelações do empreiteiro.
Em fevereiro, o juiz federal Sérgio Moro abriu nova ação penal contra o ex-ministro por supostas propinas de R$ 2,4 milhões das empreiteiras Engevix e UTC. Foi nos autos desta ação que Almada citou a conta na Espanha.
O magistrado, no entanto, ponderou que todos os réus nesta ação já foram condenados na Lava Jato e decidiu suspender a ação por um ano. "Não vislumbro com facilidade interesse do Ministério Público Federal no prosseguimento de mais uma ação penal contra as mesmas pessoas, a fim de obter mais uma condenação".
Dirceu foi condenado por Moro em duas ações penais a penas que somam 32 anos e 1 mês de prisão - 20 anos e 10 meses em um processo e 11 anos e 3 meses em outro.
Defesa
A reportagem entrou em contato com a defesa do ex-ministro, mas ainda não obteve retorno.