Jornal Correio Braziliense

Politica

'Não sou contra reforma trabalhista, sou contra esta reforma', diz Ciro

Na busca por alianças com legendas do centro, Ciro tem procurado reorientar seu discurso


O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, amenizou nesta terça-feira, 17/7, em reunião com empresários na Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na capital paulista, seu discurso em relação à reforma trabalhista. Ciro afirmou que não se opõe uma reforma, mas que é contrário à matéria aprovada pelo governo de Michel Temer. O pedetista, que anteriormente havia prometido revogar o texto caso vença as eleições 2018, disse que, ao falar em "revogar", fez uso de um "cacoete de professor". "Não sou contra reforma, sou contra esta "

[SAIBAMAIS]"Essa reforma trabalhista, sem embargo de coisas boas, tem problemas. Ela trouxe ao mundo uma insegurança jurídica e insegurança econômica, e isso destrói o capitalismo. O meu compromisso é trazer essa bola de volta para o centro do campo e recolocar a discussão", disse o ex-governador do Ceará. "Da proposta aprovada, 10% são coisas aberrantes. Você acha que sindicalismo critica o negociado sobre o legislado? Não, falam da situação da grávida em ambiente insalubre", disse.

O presidenciável declarou ainda que seu compromisso com os sindicatos foi apenas de recolocar a discussão e disse achar razoável recolocar a possibilidade de uma contribuição sindical em acordos entre empregados e trabalhadores.

Na busca por alianças com legendas do centro, Ciro tem procurado reorientar seu discurso. No final de semana, combinou com lideranças do ;Centrão; que seus assessores econômicos iriam sentar para ajustar as propostas, principalmente na área econômica. A primeira reunião aconteceu nesta terça-feira, segundo um dos economistas que o assessora, Mauro Benevides.

Ao falar sobre sua política para investimentos, o pedetista disse ainda que pretende rever o teto de gastos para excluir os investimentos, a educação e a saúde. Ciro citou a experiência como governador do Ceará, onde seu governo fez um ajuste resguardando essas rubricas, e disse que é possível reproduzir isso no Brasil. "Minha maior urgência é fazer um ajuste fiscal severo. É melhor um sacrifício amargo agora porque aí viramos expectativas e o País pode pensar em crescer 5 pontos no ano seguinte", defendeu.