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"Eu teria que ter vergonha se tivesse desviado milhões", diz Celso Jacob

Condenado pela Justiça, deputado foi eleito para integrar a Comissão Representativa do Congresso durante o recesso parlamentar

Renato Souza
postado em 18/07/2018 18:32
Deputado Celso Jacob (MDB-RJ)
O deputado Celso Jacob (MDB-RJ), escolhido para integrar a Comissão Representativa, que responde pelo Poder Legislativo durante o recesso parlamentar, e fiscaliza atos do Poder Executivo, disse que não vai deixar o posto. Em entrevista ao Correio, o parlamentar alegou que não está envolvido em esquemas de corrupção como o que é investigado pela operação Lava-Jato, da Polícia Federal, e "não desviou milhões".

Jacob cumpriu pena no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, acusado de falsificação de documento público e dispensa de licitação quando era prefeito da cidade de Três Rios (RJ). Atualmente, ele está autorizado a exercer as atividades legislativas por uma decisão do Tribunal de Justiça do DF (TJDFT).

A Comissão Representativa funciona até o dia 31 deste mês e tem como atribuição analisar medidas urgentes. "Eu vou provar que não fiz nada de errado. O único mal que eu fiz foi construir uma creche, não deixar ela parada. Eu fiz licitação, e depois um decreto de emergência. Meu secretário chamou a segunda colocada, que estava com a certidão vencida. Não fiz nada de ilegal. O valor que nós estamos discutindo é meros R$ 100 mil. Não são milhões... Eu teria que ter vergonha se tivesse desviado milhões, envolvido na Lava-Jato".

O parlamentar afirmou que vai integrar esta e outras comissões, se necessário. "A comissão vai continuar normalmente e eu vou estar nela. Não vou me afastar de nada. Isso ocorreu em 2004, nós estamos em 2018. Eu tenho que cumprir meu mandado e se tiver revisão eu vou ser candidato de novo".

João Rodrigues

Outro parlamentar que integra a comissão é o deputado João Rodrigues (PSD-SC), que também estava preso na Papuda. Ele chegou a ficar na mesma cela do ex-ministro José Dirceu. Ele está cumprindo pena em regime semiaberto por fraude em licitação e foi condenado em 2009.

De acordo com a Justiça, ele cometeu os atos ilegais quando era prefeito de Pinhalzinho (SC) e pegou pena é de 5 anos e 3 meses de prisão. O parlamentar chegou a ser nomeado para a comissão que discute mudanças na lei penal, mas após decisão da Justiça foi removido pelo partido.

A reportagem não conseguiu contato com o deputado.

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