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Na corrida contra o relógio, Alckmin diz não ter pressa para escolher vice

Depois da desistência de Josué Gomes, o bloco formado por DEM, PR, PP, PRB e Solidariedade agora oferece a deputada federal sul-mato-grossense Tereza Cristina para ocupar a vaga. Durante reunião em Brasília, tucano diz não ter pressa

Deborah Fortuna, Bernardo Bittar
postado em 27/07/2018 06:00
Alckmin (C) com representantes dos partidos do centrão:
O centrão tenta nova cartada para emplacar um vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República. Com a saída do empresário Josué Gomes, a tendência é de que o bloco formado por DEM, PR, PP, PRB e Solidariedade indique a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) para ocupar a vaga. Presidente do partido, o prefeito de Salvador, ACM Neto (BA), afirmou que, embora o coletivo esteja atrás de opções, a decisão final será do tucano.

O nome de Tereza surgiu na manhã de ontem, após o centrão oficializar o apoio a Alckmin. Mas o problema é que a chapa formada com alguém do DEM poderia dar muita força ao partido, já que Rodrigo Maia (DEM-RJ), agora fora da disputa ao Planalto, tentará reeleição como deputado federal ; primeiro passo para seguir como presidente da Câmara.

[SAIBAMAIS]Mesmo com toda a indecisão sobre o vice, Alckmin diz não ;estar com pressa; para fazer essa escolha, mas que o assunto deve ser oficializado até 4 de agosto, data na qual o PSDB fará a convenção partidária. ;Para ter vice, tem que ter candidato. Mas só hoje (ontem) que o Centro Democrático decidiu pela nossa pré-candidatura. A partir de agora, vamos nos debruçar sobre a questão do vice.;

Na noite de quarta-feira, o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), deu uma entrevista e citou três mulheres do seu partido para a vaga: a senadora Ana Amélia Lemos (RS), a vice-governadora do Piauí, Margarete Coelho, e a mulher do ministro Alexandre Baldy, Luana.

Ana Amélia, entretanto, afirmou à imprensa que pretende disputar a reeleição. O nome dela foi lembrado anteriormente para compor outras chapas, como a do senador e pré-candidato ao Planalto Álvaro Dias (Pode). Ela afirmou ficar ;honrada; com a possibilidade, principalmente por ser o primeiro mandato no Senado, mas disse que não recebeu a proposta oficial de compor a chapa. ;Em nenhum momento, a cúpula colocou meu nome como alternativa, foi um movimento de fora para dentro. Tem o aspecto de ser uma mulher na chapa, mas era mais um desejo que uma realidade;, afirmou ao Correio.

A senadora foi cogitada para o cargo após a desistência de Josué Gomes, filho do ex-presidente José de Alencar. Em carta enviada aos dirigentes do partido, o empresário diz que ficou agradecido pela confiança, mas que ;por questões pessoais; não poderia aceitar. ;Estou convicto, contudo, de que os partidos unidos neste momento em favor de um Brasil melhor indicarão o candidato a vice-presidente capaz de agregar muito mais força eleitoral;, afirmou. No fim do texto, Josué garante que aposta em Alckmin e que trabalhará para a vitória do tucano.

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Acenando para as câmeras, Alckmin se mostrou satisfeito com o anúncio oficial da aliança com o centrão. Ao discursar, saudou o empresário Flávio Rocha e o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Aldo Rebelo (SD), que também chegou a ser cogitado como vice. O tucano afirmou que a junção com os cinco partidos é uma questão de ;convicção; das siglas, já que não lidera as pesquisas de intenção de voto. ;Fui candidato em 2006, fui para o segundo turno, mas acabei não vencendo. Hoje, sinto um clima totalmente diferente e me sinto mais amadurecido. Tanto pela experiência, sofrimento e adversidade;, disse.

Alckmin também agradeceu o apoio das lideranças, e calculou os deficits econômicos, além de citar o número de desempregados no Brasil. ;Não é uma tarefa para um partido só, ou uma pessoa só. É para um coletivo;, afirmou. Em um possível governo, ele disse estar empenhado em buscar emprego, renda e desenvolvimento. Ao lado de 11 homens à mesa, Alckmin afirmou que, para compor os ministérios em 2019, terá ;o máximo possível de mulheres;.

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