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Antes de apoiar Bolsonaro, Janaína disse que não gostava do tom do deputado

Os dois devem se encontrar em São Paulo para discutir a possibilidade dela ser vice na chapa do deputado á Presidência da República

Agência Estado
postado em 30/07/2018 11:25
Janaína recebeu diversas respostas de eleitores de Bolsonaro criticando sua manifestação
Hoje aliada do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), a advogada do impeachment Janaína Paschoal já fez críticas ao candidato no Twitter. Em um post datado de 24 de novembro do ano passado, Janaína chegou a dizer que não gostava "do tom" do deputado e que ele "haveria de cuidar mais de sua fala". Os dois devem se encontrar nesta segunda-feira (30/7), em São Paulo, para discutir a possibilidade dela ser vice na chapa do deputado á Presidência da República.

"Eu sei que os filhos de Bolsonaro, às vezes, escrevem aqui. Isso muito me honra. Tenho grande respeito por toda a família, mas não gosto do tom do Deputado. Ele é idolatrado pelos meninos Na condição de líder, haveria de cuidar mais de sua fala. Ando preocupada com isso", afirmou na postagem de 24 de novembro de 2017.
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Janaína recebeu diversas respostas de eleitores de Bolsonaro criticando sua manifestação. "Não se preocupe dra, os filhos de Bolsonaro falam exatamente a linguagem do povo brasileiro", disse uma. Já outro afirmou que Janaína "tinha acordado com o pé esquerdo" naquele dia. "Com todo o respeito, Bolsonaro não é idolatrado pelos meninos, ele é respeitado e admirado por muitos pais de família, que já cansaram da velha forma de fazer política", afirmou um usário da rede social.

[SAIBAMAIS]Em 12 de novembro do ano passado, Janaína voltou a mencionar Bolsonaro. Nessa publicação, ela afirmou que Bolsonaro precisava ponderar seu discurso e ouvir pessoas que pensam diferente. Foi o mesmo tom usado pela advogada no lançamento da candidatura do deputado.

"Se eu puder dar um conselho a Bolsonaro, digo que ele não deve contratar marqueteiro para sua campanha. Não queremos candidatos fake! Ele precisa ouvir pessoas que pensam diferente dele, para ponderar o discurso, não por votos, mas para o bem do país", afirmou no dia 12 de novembro.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Janaína afirmou que não vê estes tweets como críticas, "mas como conselhos" ao deputado. "Estão em consonância com o que eu falei na convenção. E, pelo que tenho observado, ele está cuidando dessas questões", afirmou

PSL


O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse que as opiniões de Janaína são de uma "mulher forte", que pode "agregar" à chapa. "Não sei em que contexto ela disse isso, mas antes a impressão que ela tinha do Bolsonaro era formada pela mídia. Hoje, ela o conhece em um contexto melhor", afirmou.

Nesta segunda-feira, Bolsonaro se encontrará com Janaína em São Paulo, em ma tentativa de acertar a sua candidatura como vice na chapa. A aliança ficou abalada após Janaína dizer, no lançamento da campanha, que parte de seus aliados tinha "pensamento único" e advertiu que havia a possibilidade de o PSL se transformar em um "PT ao contrário".

Ela também pensa diferente do deputado em aspectos como cotas raciais, redução da maioridade penal e sobre a ONU, à qual Bolsonaro faz duras críticas. Bebianno admitiu que as declarações de Janaína na convenção podem ter sido feitas "em um momento não muito adequado", mas provam que Janaína é uma mulher de opinião forte.

"Não precisamos concordar em 100%, mas Janaína é uma pessoa aberta ao diálogo, que debate", disse. Já a advogada disse ao Estado que irá ao encontro "mais para ouvir do que para falar". "Quero entender exatamente qual a expectativa dele relativamente ao seu vice", afirmou.

Janaína já afirmou que discorda da frase de Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José de Alencar e cotado como vice do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), de que um vice "não manda nada".

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