Fernando Jordão
postado em 30/07/2018 23:15
O deputado federal e pré-candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse na noite desta segunda-feira (30/7) desconhecer os arquivos secretos da ditadura militar. "A lei da anistia enterrou isso aí", afirmou durante entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura.
O presidenciável, aliás, se negou a chamar o regime militar de golpe e definiu o período como "uma ferida que tem que ser cicatrizada". "Esquece isso aí. O passado é [com] a Justiça e a história", disparou. "Quero pegar é os papéis do BNDES para ver para onde o pessoal da esquerda doou dinheiro. Isso o Brasil tem pressa e quer saber", acrescentou.
Bolsonaro também afirmou que, caso seja eleito, pretende revisar a política de cotas raciais e sociais nas universidades e concursos públicos. "Não posso dizer que vou acabar, porque depende do parlamento. Vou propor a diminuição do percentual", disse. O deputado ainda desdenhou do conceito de dívida histórica apresentado pelos jornalistas. "Nunca escravizei ninguém na minha vida. O português nem pisava na África. Os próprios negros entregavam os escravos. Que dívida é essa?", criticou.
Apesar disso, o pré-candidato negou ser racista ; "se eu fosse deveria estar preso" ; e disse que a denúncia a que responde por injúria racial é baseada em "calúnias": "Não vi maldade nisso. O racismo é você impedir o afrodescendente de fazer alguma coisa. Foi uma brincadeira. Pode ser uma brincadeira infeliz? Pode. Mas isso não é racismo".
Economia
Mais uma vez, o deputado reafirmou não entender de economia, apontando o economista Paulo Guedes como seu "posto Ipiranga" para o tema. Questionado sobre um eventual fim de relação com seu potencial ministro da Fazenda, Bolsonaro disse duvidar que isso possa acontecer, mas admitiu não ter um "plano B" econômico.
O parlamentar também comentou a reforma da Previdência. Segundo ele, é necessário aprovar uma reforma, "mas não essa que está aí". Ele também sinalizou que deve propor regras diferenciadas para militares: "Pega a expectativa de vida do policial militar. Tá muitíssimo abaixo dos 60 anos de idade".