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Elogiado por Temer e criticado por Renan, Meirelles é confirmado pelo MDB

Com o apoio de 85% dos delegados, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles foi confirmado como candidato do MDB à Presidência da República

Deborah Fortuna
postado em 02/08/2018 12:50
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Os dirigentes do MDB oficializaram a candidatura de Henrique Meirelles à corrida ao Planalto, na manhã desta quinta-feira (2).

No primeiro discurso como candidato, Meirelles disse que tem como meta fazer o Brasil crescer 4% ao ano. ;Como aconteceu quando fui presidente do Banco Central por oito anos. Agora, em dois, resgatamos o Brasil da crise;, disse.

Ele também fez um discurso sobre a importância da redução da desigualdade, aumento do número de empregos, e sobre os projetos que tem para o país - se for eleito. ;Vamos continuar com o Bolsa família e vamos incluir o cartão da família, cartão com redito para que elas corram atrás dos sonhos para se tornarem independentes. Crédito é confiança e eu confio nos brasileiros;, afirmou.

Após a convenção, o candidato afirmou que investirá na campanha ao mostrar aos cidadãos os feitos durante o governo. Questionado sobre como irá se desfazer a imagem e da rejeição de Temer, Meirelles diz que ;antes de mais nada; é um candidato com a própria história. ;Essa experiência vou colocar pro brasileiro. No momento em que elas terem acesso à informação, elas vão votar;, afirmou.
A decisão foi tomada por maioria após voto na convenção do partido. Apesar do nome, agora, ser oficial, o nome do vice continua sendo uma incógnita. A expectativa é de que ele seja revelado até domingo (5/8), quando acaba o prazo das convenções. Um dos nomes cotados é o da ex-petista Marta Suplicy.

Ao todo, foram 419 votos, e Meirelles teve 85% de aprovação (356). O presidente Michel Temer elogiou a decisão do partido, ao lembrar os feitos de Meirelles como ministro da Fazenda nos últimos dois anos. "Ele tem o projeto de levar adiante as grandes reformas nacionais", disse.

[SAIBAMAIS]Além disso, Temer frisou a importância da sigla, ao dizer que o MDB sempre esteve à disposição do país. "Quando precisamos recuperar a democracia do Brasil, quando precisamos construir um novo estado, quem é que esteve à frente dos acontecimentos?", indagou.


Críticas de Renan

Logo depois de depositar o voto na urna, o senador e ex-presidente do Senado Renan Calheiros criticou a candidatura do MDB ao Planalto, e disse que, particularmente, prefere o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Acho que o MDB tem que se reconstruir, voltar a cumprir um papel importante a partir do próximo ano, tem que defender um pacto econômico e social para o Brasil sair da crise, voltar a crescer economicamente, criar renda, criar emprego. O Meirelles é uma opção da continuidade da recessão", avaliou.

Renan também chamou a candidatura de "tiro no pé", já que, segundo ele, o partido deveria se concentrar em aumentar a bancada no Congresso, em vez de "sobrecarregar as alianças estaduais". "É uma candidatura de mentirinha. É um mico que você não pode levar aos candidatos realmente competitivos do MDB", completou.

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que o grupo contrário à candidatura é minoritário dentro do partido. "São membros que não passaram por aquela época da dificuldade. Gente que quer que o partido continue sendo um condomínio de escritórios. Gente que o bom seria que até saísse do país. Mas como o partido é democrático e não é dado a expulsões, nós temos que passar por isso", ressaltou. "Quer fazer o que quer, faça. Tem gente que é emedebista e que eu nem quero ver no nosso palanque", atacou.

Questionado sobre o fato de o partido, até agora, não ter alianças concretas, Marun minimizou o problema. "O MDB é o maior partido do país. Tem quadros para ter um candidato a presidente, candidato à vice, candidato a tudo. Em todo lugar de nosso país;, concluiu.

Escolha do vice

Sobre a questão do vice, o senador e presidente nacional da sigla, Romero Jucá, disse que eles têm até domingo à noite para decidir. "Estamos aprovando aqui junto com Henrique Meirelles a delegação para que a direção executiva possa indicar o vice e complementar algum fechamento de coligação com partidos que ainda estamos conversando", afirmou.

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