Politica

Em todo o país, partidos definem candidatos a governador; confira os nomes

O PSol é o partido que mais lançou políticos aos pleitos para governadores, somando 22 no total. Quatro legendas concorrerão com apenas um candidato e outras sete nem sequer apresentaram pretendentes

Hamilton Ferrari
postado em 06/08/2018 06:00
Ilustração mostra grupo de pessoas ao redor de uma urna eletrônica
A disputa aos governos estaduais foi definida. Os 170 postulantes escolhidos pelos partidos tiveram até ontem para oficializar suas candidaturas em convenções. Das 27 unidades federativas, o Distrito Federal (DF) terá o maior número de nomes concorrentes, com 12. O PSol é o partido que mais lançou políticos aos pleitos para governadores, somando 22 no total. Quatro legendas concorrerão com apenas um candidato e outras sete nem sequer apresentaram pretendentes.

Na média, serão mais de seis candidatos para cada unidade da Federação. As eleições regionais estão marcadas por turbulências. Ontem, o PSB oficializou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, à reeleição. Luciana Santos (PCdoB) foi confirmada como vice na chapa, no lugar de Raul Henry (MDB), que tentará uma vaga na Câmara dos Deputados. Câmara, que é vice-presidente da legenda, trabalhou para que o partido fechasse uma aliança nacional com PT, mesmo não tendo o apoio de Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. O PSB acabou optando pela neutralidade, isolando o candidato à Presidência da República do PDT, Ciro Gomes, que tinha interesse na coligação.

Para garantir a neutralidade do PSB, caiu a candidatura de Marília Arraes (PT), que disputaria o governo de Pernambuco. Também foi negociada a saída de Márcio Lacerda (PSB) na corrida por Minas Gerais. Na prática, a negociação envolvia o PSB só apoiar os petistas no estado mineiro, que lançara Fernando Pimentel à reeleição. A retirada de Lacerda chegou a ser anunciada pelo partido, mas ele confirmou a candidatura ao governo. Caso seja vencido pela pressão da executiva nacional, não descarta a possibilidade de concorrer a uma vaga no Senado pela chapa de Antonio Anastasia, candidato a governador pelo PSDB. A hipótese, no entanto, seria adotada mais como retaliação ao partido. Até ontem à tarde, o discurso era outro. ;Eu recusei a oferta de ser candidato ao Senado na chapa de Anastasia. Minha opinião é pública;, garantiu.

O imbróglio aumenta o impasse em Minas. Ontem, Pimentel foi oficializado como candidato do PT ao estado. Ao lado da ex-presidente, Dilma Rousseff (PT), que concorre ao Senado, defendeu que sofreu ;perseguição com processos injustos; no mandato de governador. Os petistas aproveitaram para alfinetar o PSDB. O atual governador classificou a construção da cidade administrativa como um ;símbolo da arrogância tucana;.

;Todo mundo sabe o que estão fazendo com o Brasil, que estão vendendo nosso patrimônio a preço de banana;, disse Pimentel. ;Nós vamos, aqui em Minas, combater esse golpe que tem dois principais protagonistas. Um que perdeu a eleição, outro que destruiu o orçamento de Minas e entregou para o Pimentel um estado falido;, enfatizou Dilma.

Improbidade

No Rio de Janeiro, a turbulência é jurídica. O ex-governador Anthony Garotinho homologou a candidatura pelo PRP para concorrer novamente ao Palácio Guanabara. Ele garantiu que não está inelegível, mesmo tendo sido condenado à perda dos direitos políticos por oito anos pelo Tribunal de Justiça do Rio no fim de julho. A ação trata sobre improbidade administrativa. Garotinho recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STF) e alegou que isso não vai atrapalhar a sua candidatura.

;Não há nenhum risco, fui condenado, mas a lei é muito clara: só quando há enriquecimento ilícito é ficha-suja, a condenação não citou enriquecimento ilícito;, defendeu. ;Isso está sendo explorado para gerar dúvidas na cabeça das pessoas;, completou o candidato do PRP. Ele foi acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) de participar de um esquema criminoso que desviou R$ 234,4 milhões da Secretaria Estadual de Saúde entre 2005 e 2006.

Vários outros estados realizaram suas últimas convenções antes do fim do prazo para a oficialização de candidaturas. Em São Paulo, o PDT, que, inicialmente, tinha anunciado que apoiaria a campanha de Márcio França (PSB), lançou Marcelo Cândido como um dos concorrentes ao cargo de governador. Gleides Sodré, presidente da Associação Mulher Trabalhista (AMT), será vice na chapa. ;Pela gravidade da crise em que o país se encontra, garantir a campanha de Ciro Gomes em São Paulo é estratégico;, afirmou o ex-prefeito de Guarulhos Sebastião Almeida, pré-candidato a deputado federal.

;Não há nenhum risco, fui condenado, mas a lei é muito clara: só quando há enriquecimento ilícito é ficha-suja, a condenação não citou enriquecimento ilícito;
Anthony Garotinho, candidato ao governo do Rio


170
candidatos registrados aos governos estaduais


12
concorrentes ao Palácio do Buriti

22
candidatos do PSol, partido que mais lançou políticos


Pelo Brasil

No Paraná, Ratinho Junior terá empresário como vice
; O deputado estadual Ratinho Junior (foto, do PSD) confirmou o nome de Darci Piana (PSD), ex-presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná e coordenador do grupo empresarial do Estado G7, como candidato a vice-governador na chapa concorrente ao governo do Paraná. O anúncio foi feito ontem, prazo legal para definição das candidaturas. A disputa pela vaga também tinha outro nome do empresariado local, Edson Campagnolo (PRB), que acabou preterido depois de ter seu nome envolvido em suposta investigação sobre sua gestão à frente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Ratinho confirmou ainda aliança com o Podemos, com a candidatura de Professor Oriovisto ao Senado. Ele deve dividir palanque para o candidato à Presidência Alvaro Dias, do Podemos.

Sartori concorre à reeleição no Rio Grande do Sul
; No Rio Grande do Sul, o governador emedebista José Ivo Sartori (foto) foi lançado à reeleição. Ele não havia decidido se continuaria na disputa até então, e alegou que não anunciou antes porque estava se resguardado para realizar as ;ações do governo;. ;Se eu dissesse lá atrás que eu era candidato, certamente não teríamos feito mudanças este ano;, explicou. ;Como eu já disse, não sou de fugir da raia! Mas também não sou salvacionista ou individualista;, afirmou Sartori. O governador aproveitou para criticar os partidos que compunham sua base e que deixaram o governo para lançar candidatura própria, como o PDT e o PSDB. ;Uns diziam defender o magistério e os brigadianos, mas votaram contra o projeto do duodécimo. Outros diziam querer a modernização do estado, mas jogaram contra o plebiscito para ouvir o povo sobre as estatais. Alegaram medo;, disse.

Barbieri entra na vaga de Marta Suplicy em SP

; Com a desistência de Marta Suplicy de disputar cargos públicos nesta eleição, o ex-deputado federal Marcelo Barbieri será candidato ao Senado pelo MDB em São Paulo. Barbieri ocupará a vaga que estava sendo reservada à senadora. Além de deputado, Barbieri foi prefeito de Araraquara (interior de São Paulo) e ocupou cargos no governo do presidente Michel Temer, sendo secretário de Relações Institucionais e subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Governo, na pasta comandada pelo ministro Carlos Marun. A outra vaga da chapa na disputa pelo Senado já estava definida e ficará com a presidente do MDB Afro de São Paulo, Maria Aparecida Pinto, conhecida como Cidinha. Com isso, o empresário Paulo Skaf disputará o governo do estado com chapa pura.


Guerra por votos

Confira a lista com os candidatos que estão concorrendo aos governos regionais:

Acre
; David Hall (Avante)
; Gladson Cameli (PP)
; Janaína Furtado (Rede)
; Marcus Alexandre (PT)
; Ulysses Araújo (PSL)

Alagoas
; Basile Christopoulos (PSol)
; Fernando Collor (PTC)
; Josan Leite (PSL)
; Renan Filho (MDB)

Amapá

; Davi Alcolumbre (DEM)
; Gianfranco Gusmão (PSTU)
; João Alberto Capiberibe (PSB)
; Waldez Góes (PDT)

Amazonas
; Amazonino Mendes (PDT)
; Berg da UGT (PSol)
; David Almeida (PSB)
; Omar Aziz (PSD)
; Sidney Cabral (PSTU)
; Wilson Lima (PSC)

Bahia
; Célia Sacramento (Rede)
; João Henrique (PRTB)
; João Santana (MDB)
; José Ronaldo (DEM)
; Marcos Maurício (PSDC)
; Marcos Mendes (PSol)
; Rui Costa (PT)

Ceará
; Aílton Lopes (PSol)
; Camilo Santana (PT)
; Francisco Gonzaga (PSTU)
; General Theophilo (PSDB)
; Hélio Góis (PSL)

Espírito Santo
; André Moreira (PSol)
; Aridelmo Teixeira (PTB)
; Carlos Manato (PSL)
; Renato Casagrande (PSB)
; Rose de Freitas (Podemos)

Goiás
; Daniel Vilela (MDB)
; José Eliton (PSDB)
; Kátia Maria (PT)
; Ronaldo Caiado (DEM)
; Weslei Garcia (PSol)

Maranhão
; Flávio Dino (PCdoB)
; Maura Jorge (PSL)
; Odívio Neto (PSol)
; Ramon Zapata (PSTU)
; Roberto Rocha (PSDB)
; Roseana Sarney (MDB)

Mato Grosso
; Arthur Nogueira (Rede)
; Mauro Mendes (DEM)

Mato Grosso do Sul
; Humberto Amaducci (PT)
; Marcelo Bluma (PV)
; Odilon de Oliveira (PDT)
; Reinaldo Azamubuja (PSDB)
; Simone Tebet (MDB)

Minas Gerais
; Antonio Anastasia (PSDB)
; Dirlene Marques (PSOL)
; Jaime Martins (Pros)
; Fernando Pimentel (PT)
; João Batista dos Mares Guia (Rede)
; Rita Del Bianco (PRTB)
; Rodrigo Pacheco (DEM)
; Romeu Zema (Novo)

Pará
; Cláudio Rebelo (PSTU)
; Fernando Carneiro (PSol)
; Helder Barbalho (MDB)
; Paulo Rocha (PT)

Paraíba
; João Azevêdo (PSB)
; José Maranhão (MDB)
; Lucélio Cartaxo (PV)
; Rama Dantas (PSTU)
; Tárcio Teixeira (PSol)

Paraná
; Cida Borghetti (Progressista)
; Geonísio Marinho (PRTB)
; Ivan Bernardo (PSTU)
; Jorge Bernardi (Rede)
; Piva (PSol)
; Ratinho Junior (PSD)

Pernambuco
; Armando Monteiro (PTB)
; Dani Portella (PSol)
; Júlio Lóssio (Rede)
; Paulo Câmara (PSB)
; Simone Fontana (PSTU)

Piauí
; Dr. Pessoa (Solidariedade)
; Elmano Férrer (Podemos)
; Luciano Nunes (PSDB)
; Romualdo Sena (DC)
; Sueli Rodrigues (PSol)
; Valter Alencar (PSC)
; Wellington Dias (PT)

Rio de Janeiro
; Anthony Garotinho (PRP)
; Dayse Oliveira (PSTU)
; Eduardo Paes (DEM)
; Índio da Costa (PSD)
; Marcelo Trindade (Novo)
; Márcia Tiburi (PT)
; Pedro Fernandes Neto (PDT)
; Romário (Podemos)
; Tarcisio Motta (PSOL)
; Vinícius Farah (MDB)
; Wilson José Witzel (PSC)

Rio Grande do Norte
; Brenno Queiroga (Solidariedade)
; Carlos Alberto (PSol)
; Carlos Eduardo (PDT)
; Dário Barbosa (PSTU)
; Fátima Bezerra (PT)
; Freitas Júnior (Rede)
; Heró Bezerra (PRTB)
; Robinson Faria (PSD)

Rio Grande do Sul
; Abigail Pereira (PC do B)
; Ranolfo (PTB)
; Eduardo Leite (PSDB)
; Jairo Jorge (PDT)
; José Ivo Sartori (MDB)
; Luis Carlos Heinze (PP)
; Mateus Bandeira (Novo)
; Miguel Rossetto (PT)
; Roberto Robaina (PSol)

Rondônia

; Acir Gurgacz (PDT)
; Expedito Júnior (PSDB)
; Marcos Rocha (PSL)
; Maurão de Carvalho (MDB)
; Pedro Nazareno (PSTU)
; Pimenta de Rondônia (PSOL)
; Vinícius Miguel Raduan (Rede)

Roraima
; Antônio Denarium (PSL)
; Fábio Almeida (PSol)
; José de Anchieta Júnior (PSDB)
; Suely Campos (PP)
; Telmário Mota (PTB)

Santa Catarina
; Décio Lima (PT)
; Esperidião Amin (PP)
; Gelson Merisio (PSD)
; Ingrid Assis (PSTU)
; Leonel Camasão (PSol)
; Mauro Mariani (MDB)
; Paulo Bauer (PSDB)
; Rogério Portanova (Rede)

São Paulo
; Adriano Costa e Silva (DC)
; Claudio Fernando Aguiar (PMN
; João Dória (PSDB)
; Luiz Marinho (PT)
; Márcio França (PSB)
; Paulo Skaf (MDB)
; Lisete Arelaro (PSOL)
; Rodrigo Tavares (PRTB)
; Rogerio Chequer (Novo)
; Toninho Ferreira (PSTU)

Sergipe
; Belivaldo Chagas (PSD)
; Dr. Emerson (Rede)
; Eduardo Amorim (PSDB)
; Gilvani Alves (PSTU)
; João Tarantella (PSL)
; Márcio Souza (PSOL)
; Mendonça Prado (DEM)
; Milton Andrade (PMN)
; Valadares Filho (PSB)

Tocantins
; Marlon Reis (Rede)
; Mauro Carlesse (PHS)

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