Gabriela Vinhal
postado em 06/08/2018 13:20
"A vice dos sonhos." Assim o candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, definiu a senadora Ana Amélia (PP-RS), escolhida para compor com ele a chapa na corrida ao Planalto. Nesta segunda-feira (6/8), o tucano enalteceu a parlamentar, alfinetou adversários e defendeu o controverso projeto de lei que altera as regras para uso de agrotóxicos no país.
A escolha por Ana Amélia é vista, por especialistas, como uma tentativa de agradar o eleitorado de direita e tentar tirar votos de Jair Bolsonaro (PSL). A senadora é conhecida pelo discurso conservador e pela proximidade com ruralistas. "Ana Amélia vai ampliar e formar uma boa chapa para fazer uma bela campanha para trabalhar pelo Brasil. Ela é preparada, séria", elogiou Alckmin.
Questionado sobre a escolha do general Mourão para ser vice de Bolsonaro, o tucano respondeu que "não conhecia" Mourão, por isso não poderia comentar. Sobre Henrique Meirelles, candidato pelo MDB, o tucano lembrou que o ex-ministro da Fazenda é correligionário de Michel Temer, presidente com a mais baixa popularidade da história, e fez parte do governo Lula. "Eu nunca fui do PT nem ministro do Lula. Sempre estive em polos opostos", disse.
Mais cedo, a também postulante ao Planalto Marina Silva (Rede) chamou a candidatura do tucano é "extremista", por não reconhecer casos de corrupção dentro do PSDB e de partidos aliados. Sobre o tema, Alckmin disse: "Se houver casos de corrupção, a lei é para todo mundo. Nós não passamos a mão na cabeça de ninguém. O que a sociedade quer é justiça. Quem cometeu o ilícito, que pague por isso, seja responsabilizado".
PL do Veneno
Criticado por entidades ambientalistas nacionais e internacionais, o Projeto de Lei n; 6.299/2002, conhecido por PL do Veneno, que determina mudanças nas regras de controle de agrotóxicos no país, foi defendido pelo candidato. "Eu defendo a Lei do Remédio, não do Veneno", pregou. "Como os animais ficam doentes, as plantas também ficam doentes. É um defensivo agrícola para defender a planta", acrescentou.
O tucano minimizou o alto índice de substâncias utilizadas nas plantações e criticou a demora na aprovação de produtos pelas agências reguladoras. "Não dá para defender a demora de oito anos para aprovar um produto novo. Você prejudica a população. Todo cuidado do meio ambiente é pouco", completou.