Augusto Fernandes
postado em 08/08/2018 12:34
Representantes da Frente Nacional de Luta (FNL), grupo ligado ao Movimento Sem Terra, fizeram na manhã desta quarta-feira (8/8), uma manifestação em frente ao Congresso Nacional. O grupo estava acampado nos arredores do Estádio Mané Garrincha, e seguiu em carreta rumo à Esplanada dos Ministérios, onde permaneceu até o meio-dia.
Os organizadores do evento informaram que 1,5 mil pessoas participaram da ação. Manifestantes de 14 estados do país compareceram à Brasília para reivindicar o direito pela terra e mais igualdade no tratamento às pessoas que vivem em regiões mais carentes do Brasil. No momento, o grupo está novamente no Mané Garrincha, e pretende ficar na capital federal até quinta-feira (9/8), quando devem fazer outra manifestação.
Os participantes do grupo utilizavam camisetas vermelhas e carregavam bandeiras com o emblema da FNL, e entoavam gritos de "o povo unido jamais será vencido". Apesar de ser um movimento pacífico, a Polícia Militar e a Polícia Federal do Senado cercaram as rampas que dão acesso ao Congresso. No entanto, não houve confronto entre manifestantes e as forças de segurança.
Um dos líderes do grupo, o pastor Manoel Messias Guido, 65 anos, veio do Pará para acompanhar o movimento. Segundo ele, não é justa a divisão de terras para os cidadãos brasileiros. "Um grupo pequeno de pessoas concentra a maior parte dos terrenos, enquanto nós, camponeses e trabalhadores rurais, não temos quase nada. Muita gente que está aqui não tem nem onde morar. O que nós queremos é mais igualdade. O Brasil é de todos", disse.
Também do Pará, o pedreiro Arionaldo Pereira, 54, pede mais respeito à população rural. "Todos esquecem que nós também fazemos parte da nação. Trabalhamos, pagamos impostos, elegemos os representantes, mas somos tratados como escória da sociedade . Falta uma visão mais humanitária para o nosso povo", apontou.