Politica

Lava-Jato apresenta denúncia contra os ex-ministros Mantega e Palocci

Segundo o Ministério Público Federal, eles são suspeitos de praticar corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, envolvendo a edição de medidas provisórias para beneficar empresas do grupo Odebrecht

postado em 10/08/2018 20:21
Mantega e Palocci: executivos da Odebrecht e publicitários também foram denunciados
A força-tarefa da Lava-Jato apresentou ontem mais uma denúncia contra os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci. Também são acusados o ex-executivo Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que leva o seu sobrenome, e Maurício Ferro, cunhado dele. Segundo o Ministério Público Federal, eles são suspeitos de praticar corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, envolvendo a edição de medidas provisórias para beneficar empresas do grupo.

Os publicitários Mônica Moura, João Santana e André Santana também estão entre os denunciados. Outros nomes que aparecem como alvo da ação são Bernardo Gradin, Fernando Migliaccio, Hilberto Silva e Newton de Souza.

De acordo com a força-tarefa da Lava-Jato, Marcelo Odebrecht, com o auxílio de Ferro, Gradin e Newton de Souza, ofereceu propina aos ex-ministros Palocci e Mantega, buscando influenciá-los na edição das medidas provisórias 470 e 472.

[SAIBAMAIS] Na denúncia apresentada, segundo o MPF, Mantega recebeu R$ 50 milhões em propina. Uma parte deste valor teria sido repassada aos públicitários para serem utilizado na campanha de Dilma Rousseff pela reeleição.

Defesas

O criminalista Fábio Tofic Simantob, defensor do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, disse que ainda não tomou conhecimento oficial dos termos da denúncia da Procuradoria da República no Paraná. Tofic explicou que só vai se manifestar quando tiver acesso à acusação contra o ex-ministro.

"O Supremo Tribunal Federal já decidiu que esses fatos são de competência da Justiça Eleitoral. Essa decisão foi, inclusive, comunicada ao juiz Sérgio Moro", assinala Tofic.

O criminalista observa que o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo, havia determinado a remessa da colaboração premiada para Curitiba, onde atuam Moro e a força-tarefa.

"Entrei com agravo pedindo para tirar os autos de Curitiba", disse Fábio Tofic Simantob. "Mais do que encaminhar os autos para a Justiça Eleitoral, o Supremo mandou tirar o caso de Curitiba. Por isso, creio que o Ministério Público está equivocado com essa denúncia."

A reportagem está tentando contato com o advogado Adriano Bretas, que defende Palocci, e com a Odebrecht, mas ainda não obteve retorno.

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