Rodolfo Costa
postado em 14/08/2018 11:26
A discussão de uma reforma da Previdência via plebiscito será feita caso Ciro Gomes, candidato do PDT, assuma a Presidência da República. Submeter uma consulta à sociedade civil para que decidam sobre a matéria é uma preocupação do presidenciável. Para ele, seria o caminho para pressionar o Congresso Nacional a votar o projeto proposto por ele.
O pedetista critica que juízes, políticos e promotores, três categorias que representam, segundo ele, 2% da sociedade, abocanham um quarto dos recursos previdenciários. ;São os poderosos da República, que mandam, desmandam. Não há a menor chance de político votar contra promotor. É preciso ter clareza disso. Assim como é na democracia representativa, é preciso chamar o povo a votar diretamente através de plebiscitos;, sustentou.
O modelo proposto por Ciro é de um sistema de capitalização, diferente da reforma discutida na gestão de Michel Temer que, para o pedetista, é ;irreformável;. ;A repartição à geração atual financia a geração que passou. Isso só funciona em economias formais e demografias jovens. Eram necessários seis trabalhadores para financiar um aposentado. Hoje, temos 1,5 para financiar um aposentado. Esse modelo é irreformável;, sustentou.
A proposta de Ciro de regime de capitalização economizaria, nas contas dele, R$ 370 bilhões. Para ele, é preciso olhar com uma lupa ;cada centavo; e economizar. Outra proposta do pedetista é unificar impostos em uma única alíquota na reforma tributária sugerida por ele. ;Depois de cortarmos todas as despesas ainda assim haverá déficit. Proponho que adotemos as melhroes práticas. Um IVA cobrado com uma alíquota alta para substituir PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS. Essa alíquota vai ter que ser necessariamente alta na partida à medida em que vai formalizando a economia;, destacou.
As propostas de Ciro possibilitarão, no entendimento dele, o equilíbrio das contas públicas. A equalização do deficit primário de R$ 160 bilhões possibilita que tenha mais recursos para investir. A saúde, por sinal, é uma preocupação do candidato. Com melhora na gestão, ele planeja fazer logo nos seis primeiros meses de governo um mutirão de cirurgias eletivas e iniciar um processo de hierarquização no setor público.