Renato Souza
postado em 14/08/2018 20:25
O Ministério Público Federal (MPF) recorreu de uma decisão da 10; Vara da Justiça Federal que inocentou o ex-senador Delcídio do Amaral dos crimes de obstrução de Justiça e patrocínio infiel. O recurso foi apresentada na segunda-feira (13/8), mas a informação foi divulgada apenas nesta terça-feira (14/8). Além de Delcídio, também foram inocentados o pecuarista José Carlos Bumlai, Edson Siqueira Ribeiro Filho, Diogo Ferreira Rodriguez e Maurício Bumlai.
[SAIBAMAIS]Os envolvidos foram acusados de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. Na decisão, o magistrado invalidou uma gravação que envolvida Delcídio e outros acusados. Ele também entendeu que Edson, que é advogado, estava apenas atuando para defender um cliente.
No entanto, o procurador da República Ivan Marx, que atua no processo, entendeu "que houve a prática de crime, que consistiu no pagamento de cinco parcelas de R$ 50 mil à família de Cerveró com o intuito de impedir, ou ao menos modular, eventual colaboração premiada que viesse a firmar com o Ministério Público Federal". O procurador também afirmou, no recurso, que mesmo que "o ato de gravar possa ter sido realizado com o intuito de conseguir alguma vantagem probatória em futuro acordo de colaboração premiada, isso em nada anula uma prática criminosa já em andamento".
O MPF também destacou que para proteger Delcídio, Edson solicitou que Nestor Cerveró fizesse falsas acusações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por conta disso, os procuradores pedem que um acordo de delação premiada firmado por Delcídio seja revisto e que as demais absolvições sejam reavaliadas.