Gabriel Ponte*
postado em 15/08/2018 10:12
O Facebook excluiu nesta quarta (15/8), uma rede brasileira de engajamento falso, composta por 72 grupos, 50 contas e cinco páginas. De acordo com a mídia social, a rede excluída da plataforma era responsável pela venda de ;likes; e seguidores, buscando o aumento de engajamento, além do ganho financeiro. A situação infringe as políticas de autenticidade e spam da plataforma.
A exclusão ocorreu após denúncia do Digital Forensic Research Lab (DFRLab), unidade de investigação do Atlantic Council, que realizava apuração sobre o aumento no número de páginas, com teor político, durante a eleição mexicana deste ano. Em nota, o Facebook afirmou que, durante investigação, uma organização denominada ;PCSD;, identificada no Brasil, utilizou-se de uma ampla rede de grupos, contas e páginas nas quais usuários tinham a possibilidade de adquirir e comercializar reações, seguidores e páginas, indo contra os Padrões de Comunidade da plataforma de Mark Zuckerberg.
Combate às ;Fake News;
Em comunicado divulgado, o Facebook reiterou o compromisso no combate às notícias falsas, relembrando medidas de exclusão de conteúdos neste ano. ;Apenas no primeiro trimestre deste ano, nós removemos 837 milhões de conteúdos de spam e derrubamos 583 milhões de contas falsas em todo o mundo. Muito disso antes de qualquer denúncia da comunidade ao Facebook. Usando tecnologia como machine learninge inteligência artificial podemos detectar abusos da nossa plataforma e agir mais rapidamente;, afirma a nota.
Caso semelhante ocorreu em julho deste ano, quando a mídia social excluiu 196 páginas e 87 perfis, oriundos do Brasil, quem violavam as políticas internas da mídia social. O Facebook alegou ser uma ;rede de desinfomação;. ;Nós não queremos este tipo de comportamento no Facebook, e estamos investindo fortemente em pessoas e tecnologia para remover conteúdo ruim de nossos serviços;, afirmava a nota na época. Uma das comunidades que tiveram páginas deletadas da plataforma foi o Movimento Brasil Livre (MBL), o qual afirmou tratar-se de ;censura;.
Robôs na mira do TSE
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prepara uma resolução com a intenção de impedir partidos e candidatos políticos de utilizarem robôs na tentativa de aumento superficial de engajamento. Com a resolução finalizada, a intenção principal é nortear os candidatos e membros dos partidos sobre ações proibidas que podem acarretar em penalizações aos envolvidos.
Dados obtidos, com exclusividade, pelo Correio após o debate presidencial da Rede Bandeirantes, ocorrido na última quinta (9/8), mostram que o candidato Jair Bolsonaro (PSC) foi mencionado 452 mil vezes no Twitter naquela noite. Além disso, o compartilhamento dos tweets foi feito por cerca de 55 mil usuários, sendo que, 21,15% dos tweets estavam em língua estrangeira, com o mesmo padrão de publicação, o que revelou suspeitas.
Em nota ao Correio, o Twitter informou que ;conduziu a própria investigação e não identificou uma ação coordenada relacionada às hashtags em questão;. De acordo com a rede social, ;os assuntos do momento (trending topics) são determinados por um algoritmo que identifica os tópicos populares da atualidade. O volume de tweets é apenas um dos fatores que o algoritmo considera para classificar e determinar os trending topics;.
Ainda de acordo com o Twitter, ;se não há assuntos do momento suficientes para uma região específica, o Twitter preenche os trending topics deste lugar levando em consideração uma área expandida, incluindo assuntos do momento de outros países e globais (por exemplo, se não houver assuntos do momento suficientes na cidade de São Paulo, o Twitter preencherá a lista com assuntos do momento do estado de São Paulo; se continuar insuficiente, a plataforma incluirá na lista os tópicos do Brasil e então os globais;, afirmou o comunicado.