Politica

MP pede quebra de sigilo de influenciadores digitais que atuaram para o PT

Detentores de contas com grande número de seguidores no Twitter teriam atuado para o partido mediante pagamento

Renato Souza
postado em 29/08/2018 17:21
Mão segura malhete de juiz sobre a estrela do PT
O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu nesta quarta-feira (29/8) a quebra de sigilo fiscal de empresas envolvidas em um suposto esquema irregular de campanha na internet para o Partido dos Trabalhadores (PT). Além disso, o procurador regional eleitoral auxiliar Bruno Nominato quer que o Twitter informe os dados cadastrais de perfis que teriam atuado em prol do partido, após promessas de pagamento.

[SAIBAMAIS]De acordo com o texto da petição, o Twitter deve informar os nomes e demais dados pessoais dos usuários @pppholanda, @delucca, @choracuica e @cadefeminista, além de @joycelular e @AgenciaLajoy. A suspeita é de que o PT tenha repassado dinheiro para que influenciadores digitais reproduzissem mensagens de apoio aos políticos da legenda, entre eles a presidente da sigla, senadora Gleisi Hoffmann.

O esquema foi denunciado pela jornalista Paula Holanda, administradora da conta @pppholanda. Ela revelou que recebeu proposta para difundir, mediante pagamento, conteúdo PT em favor do candidato ao governo de São Paulo, Luiz Marinho, e do candidato à reeleição no Piauí, Wellington Dias.

O procurador Bruno Nominato quer que as informações sejam compartilhadas com todos os tribunais regionais eleitorais, para avaliar se outros políticos estão envolvidos na prática. A Apple foi intimada a informar quais clientes baixaram o aplicativo O povo feliz de novo, usado para concentrar o conteúdo a ser liberado na rede. O nome do aplicativo é o mesmo da coligação que envolve PT, PCdoB e Pros, e lançou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.

A senadora Gleisi Hoffmann e disse que a legenda está apurando as denúncias. "O PT nunca adotou este tipo de prática, nossas relações com as redes sempre foram de respeito e militância. Nunca pagamos ninguém para falar em rede, muito pelo contrário. Estamos averiguando o que é isso, para esclarecer essa situação", afirmou.

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