O presidente Michel Temer pretende abrir as portas do Palácio do Planalto para aquele que vier a substituí-lo, não interessa o nome ou o partido do vencedor, e assim facilitar a transição de seu governo para o próximo mandatário.
"Tenho educação cívica e receberei o substituto com toda cordialidade que ele merece e todas as informações para que ele possa se inteirar das coisas do governo e tomar posse na maior paz", disse Temer, com exclusividade ao Estadão/Broadcast.
Ao chegar ao Planalto para substituir Dilma Rousseff, afastada devido à abertura do processo de impeachment, em maio de 2016, Temer diz ter encontrado uma situação de caos: cadeiras de pernas para o ar, obras de artes arrancadas de seus lugares e vandalizadas com a expressão "golpista", vasos sanitários entupidos com papel higiênico, computadores desconectados das tomadas ou sem cabo de energia. Também lista, no clima de desolação, arquivos de governo.
"Infelizmente, não me deram nada disso. Não havia ninguém para fazer a transição. Tive de recuperar do zero os dados dos computadores do governo, um bem público", acrescentou ele.
Caberá ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, comandar as equipes do atual governo que farão a transição com as que chegarem. Todos os ministérios deverão indicar seus representantes, que vão responder a Padilha. Depois de declarado o vencedor, ele será convidado a ir até o Palácio do Planalto para se reunir com Temer e destacar auxiliares que vão passar a se reunir com o ministro da Casa Civil e seus comandados. "Vai ser uma transição mais do que tranquila", afirmou Temer.
Questionado se daria algum conselho ao novo presidente, se este pedir, Temer afirmou que o fará, desde que solicitado. E quais seriam? "Que ele toque a reforma da Previdência e procure fazer a simplificação tributária." A reforma da Previdência, disse Temer, está pronta para ser votada. Segundo ele, o novo governo pode fazer um ajuste aqui, outro ali, mas o principal está pronto.
Quanto à tributária, ele afirma que o projeto relatado pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) a respeito do tema também está adiantado. "Alguma coisa terá de ser feita, até para adequação ao programa do vencedor, mas meio caminho já foi andado", afirmou o presidente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.