Politica

Candidatos apelam para a emoção no primeiro dia de propaganda eleitoral

No primeiro dia de horário eleitoral, candidatos a governador, a senador e a deputado estadual ou distrital exibiram a trajetória política ou hostilizaram rivais. Hoje, será a vez de presidenciáveis e postulantes a federal

Gabriela Vinhal, Deborah Fortuna, Murilo Fagundes*
postado em 01/09/2018 07:00
Ilustração de candidatos em palaques
Com a missão de se apresentarem ao eleitorado, candidatos a governador, a senador e a deputado estadual ou distrital apelaram à emoção no primeiro dia de propaganda gratuita no rádio e na tevê, ontem. Muitos exibiram trajetória política; outros já partiram para o ataque aos adversários. Hoje, será a vez de os presidenciáveis e de os postulantes a deputado federal dividirem o tempo de programa, que segue até 4 de outubro ; três dias antes do primeiro turno das eleições.

Ao todo, são 35 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas as maiores siglas são as que dominam o tempo de rádio e tevê. Com poucos segundos disponíveis, legendas nanicas ; com pouca representação no Congresso ; apenas divulgaram o nome, o partido e o número para voto. Em outros casos, o tempo foi usado para divulgar outras plataformas, como redes sociais e sites.

Por sua vez, os partidos maiores puderam trabalhar melhor o tempo disponível. Enquanto os candidatos do MDB fugiram do nome do presidente Michel Temer ; com rejeição popular de 82%, segundo o último levantamento divulgado pelo Datafolha ;, os postulantes do PT apostaram nas menções ao nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na campanha de Luiz Marinho, candidato ao governo paulista, Lula apareceu na tevê e foi citado no rádio. As propagandas da ex-presidente Dilma Rousseff, candidata ao Senado por Minas, e de Fernando Pimentel, que tenta a reeleição ao governo do estado, não deixaram de citar Lula.


Estratégia


O mesmo não acontece com os tucanos. O ex-prefeito de São Paulo João Doria, candidato ao governo paulista pelo PSDB, não se associou ao nome de Geraldo Alckmin, postulante à Presidência pela sigla. Para o analista político Creomar de Souza, a estratégia dos candidatos de não colarem os próprios nomes ao de figuras de presidenciáveis aliados se dá pelo fato de que não há postulantes ao Planalto capazes de fazer o ancoramento de votos nos palanques estaduais. À exceção de Lula, que, segundo Souza, foi o responsável por promover o PT no país em 2010. ;Nos outros pleitos, as eleições estaduais puxavam votos. O Lula seria a única pessoa, atualmente, a exercer esse papel. Os outros candidatos não geram esse transbordamento positivo nos estados;, acrescentou.

É o caso de Alckmin, que, apesar de ter dois palanques prontos em São Paulo, não consegue decolar no estado e, sobretudo, ser aprovado por Doria. ;Colar o nome a um postulante que está mal nas pesquisas é ruim, porque pode ser que gere uma situação de contágio e esbarre na própria candidatura;, afirmou Souza.

* Estagiário sob a supervisão de Cida Barbosa

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