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De olho no Planalto, Alckmin e Meirelles usarão inserções contra Bolsonaro

Os candidatos à Presidência da República Geraldo Alckmin e Henrique Meirelles usarão as peças publicitárias diárias na tevê para atacar o capitão do Exército, primeiro colocado nas pesquisas eleitorais no cenário sem Lula

Bernardo Bittar
postado em 01/09/2018 07:00
A equipe do tucano se inspirou em campanha britânica contra o uso de armas para criticar o candidato do PSL:

Possíveis aliados no segundo turno, os candidatos à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB) usaram o início das inserções diárias na tevê, ontem, para criticar o discurso de Jair Bolsonaro (PSL). O capitão do Exército é o primeiro colocado nas pesquisas, sem a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para as eleições de outubro. Ainda que não citem o nome de Bolsonaro, tucanos e emedebistas criaram peças que confrontam diretamente o discurso dele. Os temas vão do porte de armas ao ;voto movido pela indignação;.

As peças publicitárias de 30 segundos fazem parte dos chamados ;palanques eletrônicos;, que têm validade nos 35 dias de campanha no rádio e na tevê. Nesse período, Alckmin terá 434 inserções (cerca de 12 por dia), e Meirelles, 151 (aproximadamente 4 diariamente), além do tempo da propaganda eleitoral. O arsenal para tentar ;desconstruir; Bolsonaro deve ficar concentrado nessas inserções, já que o horário eleitoral é considerado mais nobre e deve ser usado para apresentar propostas.

A equipe de publicidade tucana se inspirou em campanha britânica contra o uso de armas e produziu vídeo de munição atravessando objetos em câmera lenta. No meio desse processo, aparecem palavras como fome e desemprego, e a cena termina com uma criança negra. O slogan aparece na sequência: ;Não é na bala que se resolve;. Sabendo do teor da gravação, o militar da reserva tratou de reagir em suas redes sociais afirmando que ;flores não garantem paz;. Ontem, ele cumpriu agenda em Porto Velho (RO).

Na versão de Meirelles, o mote é de que o eleitor não deve votar com ;olhos cegos pela indignação;. Segundo as últimas pesquisas, Bolsonaro é tratado como o candidato ;da mudança;, uma espécie de anti-herói, com tons de salvador da pátria. Ao menos dois tipos de inserções devem refutar essa ideia. Em uma delas, passageiros de um ônibus se desesperam ao perceber que o motorista dirige com olhos vendados.

Os ;nanicos; no rádio e na tevê vão apresentar propostas e protestos em seus programas e inserções. ;Vamos mudar tudo o que está aí;, diz João Amoêdo (Novo). ;A mudança que a gente quer não virá dos políticos que a gente tem.;

Sem burocracia


Em agenda no Rio de Janeiro, ontem, a candidata Marina Silva (Rede) defendeu a reforma tributária e a redução da burocracia como ações para impulsionar o setor industrial. A ex-senadora evitou tratar de questões sobre sua última entrevista à tevê, no Jornal Nacional (TV Globo), da qual não saiu ;nem maior, nem menor;, segundo a equipe de campanha dela.

Já Ciro Gomes (PDT) criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade de terceirização de atividade-fim e disse que a medida é ;praticamente uma volta à escravidão;. O candidato emendou: ;Já, já, o Brasil vai revogar a Lei Áurea (que colocou fim à escravidão no país).

Em nova visita ao Paraná, o senador Alvaro Dias (Podemos) afirmou que a violência no país começa nas regiões de fronteira. Por sua vez, Guilherme Boulos (PSol) continuou em Belém, visitando feiras e bares. Fernando Haddad (PT) esteve em Fortaleza, onde iniciou a peregrinação por estados nordestinos.

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