Rodolfo Costa
postado em 03/09/2018 18:07
O governo está confiante no esforço concentrado prometido por parlamentares para a aprovação de projetos pendentes nesta terça-feira (4/9). O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, acredita que haverá quórum com mais de 250 deputados para apreciação de 3 Medidas Provisórias (MPs) consideradas importantes pelo Palácio do Planalto. Três delas receberão atenção especial pela articulação política: a 830, que, que extingue o Fundo Soberano; a 836, que reduz as contribuições sociais (PIS/Cofins) sobre o diesel e zera a Cide; e a 838, que dispõe sobre a concessão de subvenção à comercialização de óleo diesel, mantendo, até o fim do ano, o subsídio ao combustível.
As três MPs são de fundamental importância para o Planalto. Sobretudo a 836 e 838, vencem em 10 de outubro, três dias após o primeiro turno das eleições, alertou Marun. "(O prazo final) é na semana seguinte à eleição. Semana na qual poderemos ter dificuldades para aprovar", declarou nesta segunda-feira (3/9). Apesar de muitos parlamentares estarem em campanha eleitoral, o articulador político do Planalto mostra confiança na formação de quórum.
O trunfo do governo são as MP 836 e 838. As duas foram editadas pelo presidente Michel Temer para atender a reivindicações dos caminhoneiros, na paralisação deflagrada no fim de maio. Se elas não forem aprovadas até 10 de outubro, perderão efeito e, assim, o preço do óleo diesel voltaria a subir. Um cenário indigesto que os parlamentares não vão querer correr, avalia Marun. "Não trabalho com a possibilidade de questões tão importantes não terem quórum. Compreendemos a importância da questão eleitoral. Todavia, temos a convicção de que os parlamentares têm consciência de suas responsabilidades com o Brasil", ponderou.
As ameaças de uma nova paralisação dos caminhoneiros está sendo monitorada pelo governo. No sábado, a União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC) informou que fará uma mobilização em todo o país na próxima sexta-feira (7), feriado da Independência do Brasil. Marun esclareceu, no entanto, que o governo dialoga "Cpermanentemente" desde o encerramento da greve da categoria.
O diálogo mantido entre governo e caminhoneiros faz Marun acreditar que uma nova paralisação não acontecerá. "O governo pode afirmar de forma peremptória que não ocorrerá nova greve. O governo cumpriu todos os compromissos assumidos para com as senhoras e senhores caminhoneiros. Especialmente a questão do preço mínimo do frete, que foi questionado judicialmente por alguns setores da economia que discordam", destacou.