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'Se ganhar, nós vamos fazer diferente', diz Marina sobre relação com Congresso

Questionada sobre como governar, candidata da Rede compara seu desafio à resiliência de críticos da ditadura militar e critica alianças de Alckmin

Agência Estado
postado em 03/09/2018 19:16

Candidata Marina Silva da Rede

A candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, disse nesta segunda-feira, 3, após participar do Exame Fórum, na capital paulista, que "não é do tipo que acha que é assim mesmo", quando questionada sobre como governar com o Congresso. Lembrou ainda da ditadura militar, quando havia aqueles que resistiam e, como ela, acreditavam que a situação poderia mudar.

Com um partido na coligação, o PV, e apenas dois parlamentares, Marina disse acreditar que o Congresso vai mudar e que "não aceita a tese de que essa realidade é fixa". A título de exemplo, ela comparou o momento com a ditadura militar, em que "jovens e intelectuais sonhadores" e também acreditaram que poderiam mudar esta realidade.

"Na época da ditadura militar, quando muitos (jornalistas) não conseguiam fazer suas matérias, eram censurados, se alguém dissesse ;é assim mesmo, não tem como mudar, a ditadura nunca vai acabar;, ainda bem que existiam jovens sonhadores, intelectuais sonhadores, mulheres e homens que resistiram", disse a candidata. "Eu não sou do tipo que acha que é assim mesmo. Se ganhar, nós vamos fazer diferente", completou.

Centrão

Marina fez uma nova critica à política de alianças de Geraldo Alckmin (PSDB). No evento, a ex-senadora disse que não adianta dizer que terá "tolerância zero" com corrupção e ainda assim se aliar a corruptos na disputa eleitoral.

"Digo desde 2014 que proposta sem propósito é o que não falta (na campanha). Não há propósito nenhum dizer que terá zero tolerância com corrupção e se juntar a corruptos, por exemplo", disse a candidata. "Tolerância zero" é o termo que aparece no programa de governo do PSDB quando o tema é corrupção.

Marina ainda criticou, de forma velada, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, ao comentar como a classe política tem criado consensos, como a necessidade de investir em educação e combater a corrupção, mas não transformá-los em ação efetiva. "Por isso reafirmo a necessidade do debate. Quando não se debate, o que prosperam são as propostas mirabolantes, que dizem que vão resolver tudo na base da força, da bala", afirmou. "Quem não tem tolerância pelo debate cultiva o terreno das ações autoritárias."

Vice

Após a declaração de Marina a jornalistas, o candidato a vice na chapa, Eduardo Jorge (PV), afirmou que acaba de voltar de Pacaraima, fronteira de Roraima, região de passa por uma crise de refugiadas.

"A questão crucial é que os outros 26 Estados acordem. Estados poderosos como São Paulo, Minas, Bahia. Não é possível Estado pequeno (Roraima) esteja fazendo toda a solidariedade", criticou. Segundo conta, a campanha está elaborando uma carta sobre a situação para ser entregue, possivelmente, para o presidente Michel Temer.

Ao final, entregou uma abóbora à candidata. Segundo conta, foi um presente das tribos Macuxis e Wapixanas, de Roraima, para a presidenciável.

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