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'Lula é Haddad', diz a nova versão do jingle de campanha do PT

O partido adaptou programas de rádio e televisão depois de TSE determinar multa caso Lula apareça como candidato nas peças de campanha

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 04/09/2018 13:31
Jingle de campanha foi alterado para inserir as frases
As peças de campanha do PT veiculadas nesta terça-feira (4/9) pelo rádio sofreram alterações para se adequar à decisão do Tribunal Superior Eleitoral que veda a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava-Jato. Lula só pode aparecer como apoiador, o que limita sua participação a 25% do tempo dos programas.

As mudanças ficaram claras no jingle da campanha, que busca agora dar mais ênfase ao ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e ao número 13, que identifica a legenda nas urnas. O verso "Chama que o homem dá jeito", por exemplo, foi transformado em "Chama que o 13 dá jeito". Já "Olha o Lula lá" virou "Olha ela lá", em referência à estrela, símbolo do partido. Foi inserida ainda a frase "Lula é Haddad, é o povo".
Na televisão, no horário da tarde, o ex-presidente continuou sendo a principal atração, embora sua fala tenha se reduzido a 17 segundos, 11,8% do total de 2 minutos e 23 segundos de programa (11,8%). Nos demais momentos, são mostradas fotos de Lula, seja no momento em que o jingle é tocado ou quando Haddad fala. O ex-prefeito, por sinal, jurou lealdade à Lula.

Multa de R$ 500 mil

Em sessão extraordinária na sexta-feira (31/8), o Tribunal Superior Eleitoral cassou o registro de candidatura de Lula e deu ao PT o prazo de 10 dias para que o PT apresentasse um novo candidato. Inicialmente, os ministros proibiram que Lula aparecesse de qualquer forma na campanha, mas voltaram atrás e, em reunião fechada, decidiram que o ex-presidente poderia pedir votos para o candidato do partido.

Nas peças que foram ao ar no sábado, ainda havia menções a Lula como candidato, o que foi apontado como adversários como uma afronta do PT à Justiça. Uma ação do partido Novo fez com que, na segunda-feira (3/9), o ministro Luis Felipe Salomão, do TSE, reforçasse a proibição, estabelecendo multa de R$ 500 mil para cada veiculação irregular.

Também na segunda-feira, após anunciar que Lula tomou a decisão de insistir com sua candidatura, recorrendo ao Superior Tribunal Federal (STF), Haddad negou que o partido tenha tentado afrontar a Justiça, argumentando que o PT tinha tido muito pouco tempo para ajustar as peças que foram ao ar no sábado. Após encontro com Lula, Haddad disse que estava indo para São Paulo supervisionar as alterações. O programa do PT nesta terça-feira foi iniciado com um texto no qual se diz que o registro foi negado apesar de a ONU ter decidido que "Lula pode ser candidato".

Acusação de lavagem de dinheiro

Nesta segunda-feira, Haddad foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e quadrilha. A acusação da Promotoria é um novo desdobramento da investigação envolvendo a UTC Engenharia, de Ricardo Pessoa.

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