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Denunciado pelo MP, Alckmin diz que não há "nenhum fato novo" no inquérito

Após evento na Associação Brasileira de Agências de Regulação (Abar), em Brasília, o candidato disse que 'a única coisa que a gente quer é que a Justiça seja rápida, para que se esclareça rapidamente'

Deborah Fortuna, Alessandra Azevedo
postado em 05/09/2018 16:15
Após evento na Associação Brasileira de Agências de Regulação (Abar), em Brasília, o candidato disse que 'a única coisa que a gente quer é que a Justiça seja rápida, para que se esclareça rapidamente'
Denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por suposto envolvimento em crime de caixa dois na campanha de 2014, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que o inquérito não traz "nenhum fato novo". Após evento na Associação Brasileira de Agências de Regulação (Abar), em Brasília, o candidato disse que "a única coisa que a gente quer é que a Justiça seja rápida, para que se esclareça rapidamente". "É nosso dever sempre prestar contas, com transparência absoluta", declarou.

Alckmin foi acusado de improbidade administrativa pelo suposto recebimento ilegal de R$ 10 milhões da Odebrecht, durante a campanha eleitoral de 2014 para o governo de São Paulo. No documento, o MPSP pede que o tucano seja condenado a perda de função pública e que tenha os direitos políticos suspensos, o que resultaria na impugnação da candidatura à Presidência da República.

Além do ex-governador, outros cinco funcionários da construtora foram acusados. Entre 2013 e 2014, diretores da Odebrecht teriam escolhido candidatos a governador e deputados estaduais "que pudessem corresponder às suas pretensões de ser beneficiada em licitações, contratos de obras públicas e parcerias público-privadas". Esses políticos estariam dispostos a aceitar "doações não declaradas à Justiça Eleitoral" ; ou seja, crime de caixa dois. Alckmin teria sido um deles, segundo o inquérito.

Um dos diretores da Odebrecht teria procurado, no fim de 2013, o presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Marcos Antônio Monteiro, responsável pela administração financeira da candidatura de Alckmin à reeleição a governador do estado. A reunião teria acontecido no prédio da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

"Aceitando a inescrupulosa oferta da Construtora Odebrecht, no início de 2014, o requerido Marcos Antônio Monteiro, ainda no exercício de função pública, agendou uma reunião com os executivos (...) onde veio a pedir, em benefício do também requerido Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho, uma doação no valor de 10 milhões de reais, valores estes a não serem contabilizados e declarados à Justiça Eleitoral, entregues por meio do esquema fraudulento de caixa dois, para a campanha deste último à reeleição ao cargo de Governador do Estado de São Paulo", diz o texto.

De acordo com a ação, o ex-governador aceitou mais de R$ 7,8 milhões da Odebrecht, por meio de caixa dois. Esses valores não foram declarados à Justiça Eleitoral. O promotor de Justiça Ricardo Manuel Castro concederá entrevista coletiva nesta quarta-feira (5/9), a partir das 14h, para comentar o assunto. De acordo com o órgão, será a "primeira e última vez" que o promotor se manifestará sobre o caso, que está sob sigilo.

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