Politica

Ciro, Marina e Alckmin miram em Haddad na estreia do petista na campanha

Na "estreia" de Haddad como cabeça de chapa do partido, Marina, Alckmin e Ciro se unem nas críticas para minar o crescimento do ex-prefeito paulista

Murilo Fagundes*
postado em 13/09/2018 06:00
Geraldo Alckmin, em Betim (MG), afirmou ser inacreditável o lançamento de Haddad 'na porta de uma penitenciária'

Os ataques dos concorrentes marcaram o primeiro dia oficial de campanha de Fernando Haddad como candidato do PT à Presidência da República. No Rio de Janeiro, Ciro Gomes (PDT) criticou a decisão tardia do anúncio, apontou defeitos do ex-prefeito de São Paulo, mas mensurou as farpas a Luiz Inácio Lula da Silva ; de olho nos votos que busca herdar do ex-presidente. Geraldo Alckmin (PSDB) apostou no trunfo de dupla oposição: se definiu como ;o único candidato antipetista com chance de ganhar de Jair Bolsonaro (PSL);. Já Marina Silva, da Rede, afirmou que votar em um ;indicado; pode levar o país novamente a um ;poço sem fundo;, em referência ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Em Minas Gerais, Marina Silva e Geraldo Alckmin trataram com reprovação a indicação de Fernando Haddad ao cargo. Antes de percorrer pontos turísticos da capital mineira, a fundadora da Rede deu entrevista a uma rádio e disse: ;(Haddad) é muito semelhante (a Dilma);. E acrescentou que ;as coisas ruins foram aprofundadas no governo Dilma-Temer, e as coisas boas foram sendo desaceleradas;. Ela apresentou propostas para a agricultura e para o combate à corrupção.

O tucano, que cumpria agenda em Betim, julgou como ;inacreditável; o lançamento da candidatura petista ;na porta de uma penitenciária;. Além disso, sustentou que ;o PT não tem limites para chegar ao poder;. Geraldo estava acompanhado da candidata à vice, senadora Ana Amélia, do PP, e do candidato ao governo mineiro pelo PSDB, Antonio Anastasia. Ele defendeu o corte do número de ministérios, a redução de gastos e se mostrou confiante, mesmo com a estagnação nas pesquisas. ;Agora é que as coisas estão se definindo;, disse.

Em entrevista ao jornal O Globo, o pedetista Ciro Gomes recorreu a declarações mais acaloradas para analisar o contexto político. Criticou a postura de juízes como Sérgio Moro. ;Não sei se é porque estou velho, mas no meu tempo, juiz não ia nem para o bar. Ele não pode se dar a esse desfrute.; Questionou as ações da Lava- Jato em período pré-eleitoral e rebateu personalidades e projetos políticos. ;Meu inimigo é o projeto Temer, que é replicado pelo PSDB e Bolsonaro, um projeto antipobre;, definiu.

Segundo as últimas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PSL enfrentaria o cearense no segundo turno. E, para Ciro, uma possível vitória do capitão da reserva o faria sair da política. ;Eu vou desejar boa sorte a ele, cumprimentá-lo pelo privilégio e, depois, eu vou chorar com a minha mãe. Eu saio da política. A minha razão de estar na política é amor, paixão, confiança. Se nosso povo por maioria não corresponder, vou chorar;, disse na sabatina. Porém, as críticas não foram direcionadas somente a Bolsonaro.

Com o tom mais ameno, Ciro questionou as escolhas de Lula. ;Ele indicou Dilma, ele escolheu Temer, escolheu Haddad pra ser prefeito de São Paulo e ele (Haddad) perdeu no primeiro turno na reeleição. É para a gente pensar. O Lula é uma pessoa boa, mas as suas escolhas podem ser erradas;, pontuou.

O alvo

O escolhido do PT para compor a cabeça de chapa e a postulante à vice-presidente, Manuela D;Ávila (PCdoB), encontraram-se, na tarde de ontem, com estudantes beneficiários do ProUni e cotistas em São Paulo. No primeiro evento como candidato, o ex-ministro da Educação rebateu medidas do governo do presidente Michel Temer, apoiou o movimento estudantil e defendeu o ex-presidente Lula. ;Os governos democráticos populares foram divisores de águas no país e começaram a abrir oportunidades;, afirmou. ;Mas eles (oposição) querem interromper esse projeto. O que fizeram: afastaram uma presidenta, prenderam outro e pensaram: mandamos no país por mais 500 anos. Só que não, porque o povo não vai deixar;, emendou.

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