Politica

Ciro defende mandato duplo do BC e diz que meta de inflação atual é canalhice

Agência Estado
postado em 18/09/2018 01:47
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, voltou a defender a instituição de mandato duplo de inflação e taxa de desemprego para o Banco Central no País. Na avaliação dele, a adoção do duplo mandato seria uma forma de o Brasil se alinhar às "melhores práticas mundiais", a exemplo do modelo adotado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e pelo Banco Central Europeu (BCE). "Esta questão da meta de inflação da forma como é feita no Brasil é simplesmente jogada, canalhice deste baronato", afirmou em entrevista ao Jornal da Globo. Ele defendeu ainda que os países que adotam o mandato único de inflação têm alta estabilidade, o que não ocorre no Brasil por a economia ser "altamente" indexada. Ao exaltar números de inflação durante a gestão dele no Ministério da Fazenda, Ciro reafirmou o compromisso de manter os preços sob controle em um eventual governo. "A inflação aceitável por mim é zero. Os preços centrais da economia vão ajudar quem trabalha e produz", afirmou. Ainda sobre economia, Ciro se declarou como nacionalista "fervoroso" e que, por isso, é contrário ao acordo da Boeing com a Embraer. "Não tenho nada contra ela (Embraer) ser privada. Mas vou usar as minhas prerrogativas como presidente para proteger as empresas brasileiras. Os americanos acabaram de proibir a China de comprar a Qualcomm. Nós não podemos entregar o que sobrou, que é o petróleo e a Embraer, na mão do capital externo. Minério de ferro não vai pagar a nossa conta sozinho", afirmou. Ciro, no entanto, disse não enxergar incoerência no discurso dele, que é de proteção às regras e aos contratos. "Esta revisão das reformas feitas pelo Temer não são quebra de contrato. O que aconteceu com a reforma trabalhista foi uma fraude no Senado. O Senado votou e o veto do presidente não ocorreu", afirmou. O pedetista defendeu mais uma vez o modelo de capitalização como solução para o gargalo da Previdência no País. Ele voltou a repetir que o custo total para a migração de formato seria de R$ 500 bilhões.

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