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Tiago Cedraz, filho de ministro do TCU, é alvo de operação da PF

Agentes cumprem 9 mandados de prisão temporária e 16 de busca e apreensão

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 18/09/2018 07:52
Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz do Tribunal de Contas da União (TCU)
O advogado Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz do Tribunal de Contas da União (TCU), é alvo da Operação Registro Espúrio, deflagrada nesta terça-feira (18/9) pela Polícia Federal (PF).

A operação, que foi autorizada pelo ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal (STF), apura desvio de dinheiro da Conta Especial Emprego e Salário (CEES).

[SAIBAMAIS]A polícia faz buscas no apartamento e no escritório de Tiago. O sócio dele Bruno de Carvalho Caliano é alvo de mandado de prisão temporária. Marcelo de Lima Cavalcanti, chefe de gabinete do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), também é alvo de mandado de busca e prisão temporária.
Cedraz já foi citado também algumas vezes na Lava-Jato e chegou a ser alvo de condução coercitiva na 45; fase da operação, a Abate II, por suspeita de recebimento de propinas de contrato da empresa norte-americana Sargeant Marine com a Petrobrás.

O advogado também foi citado em depoimento de delação premiada do dono da UTC Participações, Ricardo Pessoa. Conforme o empresário, Tiago receberia pagamentos de R$ 50 mil mensais para repassar à empreiteira informações do TCU que envolvessem seus interesses.

Tiago Cedraz também teria sido contratado pela UTC para atuar num caso sobre a Usina de Angra 3, que discutia licitação para obras de R$ 2 bilhões. Por esse caso, o escritório dele teria negociado pagamento de R$ 1 milhão.

4; fase

Ao todo, são 16 mandados de busca e apreensão e 9 de prisão temporária, em Brasília, Goiânia, Anápolis (GO), São Paulo e Londrina (PR). Os acusados vão responder pelos crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, falsificação de documentos públicos e lavagem de dinheiro.
A PF descobriu que os pedidos de restituição das contribuições sindicais eram manipulados pelo grupo "com o intuito de adquirir direitos a créditos". Os desvios também foram confirmados em apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).

Após serem retirados da CEES, esses valores eram enviados para as contas bancárias das entidades e um porcentual era destinado para os servidores públicos e advogados integrantes do esquema.

Histórico

A Registro Espúrio teve sua primeira fase deflagrada no dia 30 de maio para investigar suposta organização criminosa formada por políticos, lobistas, dirigentes de sindicatos e funcionários públicos que atuavam na negociação para liberar registro sindical pelo ministério.

A operação teve outras duas fases. Na segunda, a PF realizou busca e apreensão no gabinete da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de Roberto Jefferson. A terceira fase resultou no afastamento do então ministro do Trabalho, Helton Yomura.
Com informações da Agência Estado

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