postado em 18/09/2018 16:53
Um dia após declarar que famílias pobres "onde não há pai e avô, mas, sim, mãe e avó" são "fábricas de desajustados" que fornecem mão de obra ao narcotráfico, o candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), General Mourão (PRTB), voltou atrás, negou que estivesse "criticando as mulheres" com a afirmação e disse ter feito "uma constatação".
Em um evento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado (Facesp) na manhã desta terça-feira (18/9), Mourão falava sobre as crises que, na visão dele, assolam o Brasil ; política, econômica e psicossocial. Em relação a esta, disse ser "uma crise de valores que afeta nossa sociedade e que atingiu a família".
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"Ontem [segunda-feira], em uma exposição similar a essa em outro ambiente, eu deixei claro que esse atingimento da família é muito mais crucial nas nossas comunidades carentes, onde a população masculina, em grande parte, ou está presa, ou está ligada à criminalidade, ou já morreu, e que deixa a grande responsabilidade por levar a família à frente nas mãos de mães e avós", afirmou o general da reserva.
[SAIBAMAIS]Em seguida, Mourão disse que, diante dessa declaração, um órgão de imprensa publicou que ele estava criticando as mulheres. "Eu estou fazendo uma constatação de algo que ocorre notadamente nas nossas comunidades carentes, porque essas mães e essas avós saem para trabalhar. A grande maioria são cozinheiras, são faxineiras [sic], lidam com a dureza da vida o tempo todo e não têm com quem deixar os seus filhos", justificou o vice de Bolsonaro.
Por fim, o general da reserva ainda criticou o Estado, que seria omisso na vida desses jovens, por não oferecer creches ou escolas de tempo integral. "Essa criança vira presa fácil para o narcotráfico. Essa é a visão", concluiu.