Jornal Correio Braziliense

Politica

Daniela Mercury desafia Anitta a aderir à campanha 'Ele não'

Artista convoca as mulheres a se unirem contra candidato à presidência apontado como homofóbico, misógino, racista e intolerante


A cantora Daniela Mercury usou o Instagram, neste domingo (23/9), para lançar um desafio nas redes sociais, convocando todas as mulheres do Brasil e as artistas para se unirem contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL), apontado como homofóbico, misógino, racista e intolerante. "Estou aqui para convidar todas as mulheres brasileiras pra irem pra rua no dia 29 de setembro no movimento #EleNão. Ele não porque ele é machista, ele não porque é homofóbico, ele não porque é racista, ele não porque é um atraso para nossa democracia", afirma a cantora.

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A primeira a ser desafiada por Daniela foi a cantora Anitta, que recentemente foi questionada por fãs pela postura imparcial frente a corrida eleitoral. "Gostaria de desafiar a minha amiga Anitta para apoiar o movimento #EleNão. Vamos Anitta", conclui.


Os fãs da comunidade LGBTI%2b ameaçaram boicotá-la caso ela não se posicione contra o candidato. No Twitter, Anitta chegou a afirma que "não apoia e nem quer fazer campanha para nenhum político". "É um direito meu não querer opinar sobre política e eu só estou exercendo esse direito. Não quero ser obrigada a odiar ninguém por isso. Não quero ser obrigada a fazer campanha política quando não foi esse o trabalho que escolhi. É totalmente incoerente dizer que eu apoio a morte à comunidade LGBTQ quando eu faço parte dela. Estaria apoiando minha própria morte. O que eu acho que eu possa fazer para apoiar as comunidades que eu defendo e/ou faço parte, que realmente acredite tenha capacidade de mudar em algo eu faço", escreveu.

Daniela Mercury já havia se manifestado contrária aos pensamentos e declarações intolerantes do candidato à presidência pelo PSL. "Não escolha o caminho do ódio. A violência gera mais violência. A solução para nossa sociedade está na educação e no conhecimento e na maior participação democrática dos cidadãos. Precisamos trabalhar para as causas coletivas. Sou embaixadora do UNICEF há 23 anos e aprendi muito trabalhando na área social. Estou me manifestando porque estou preocupada com as pessoas mais pobres, com os negros, com os indígenas, com as mulheres, com os quilombolas e com minha comunidade LGBT. Não consigo imaginar o Brasil liderado por uma pessoa que vai gerar mais violência e vai atrasar nosso desenvolvimento, tolher a liberdade de expressão e fortalecer a opressão sobre os que já sofrem tanto. Os preconceitos que já existem na sociedade podem ser legitimados pelo seu voto. Sou filha de Liliana Mercuri, uma mulher inteligentíssima que foi vice reitora da UCSAL por décadas, e é assistente social, ela me ensinou desde pequena que a solução para o Brasil é através da educação, da fraternidade, do respeito, do amor e da democracia. E aprendi com minha família Católica a ser solidária e lutar pelos mais fracos. Sou de movimentos católicos desde de criança e acredito no amor e na fraternidade. Quem usa sua religião para odiar, oprimir e diminuir o próximo precisa refletir sobre seus valores", escreveu.