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Bolsonaro volta a questionar inquérito da PF sobre atentado em Juiz de Fora

O candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, voltou a contestar a primeira investigação realizada pela Polícia Federal (PF) sobre o atentado em Juiz de Fora (MG) no último dia 6, quando tomou uma facada e precisou ser internado e submetido a duas cirurgias. O presidenciável, que concedeu entrevista à TV Bandeirantes, disse que o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Morais, trabalhou dois anos com o atual governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel, e chegou a ser condecorado por ele. Bolsonaro ponderou, por outro lado, que existe gente na equipe de Morais que o apoia. "A condução não é tão fácil", avaliou. Após ouvir mais de 30 pessoas, quebrar os sigilos financeiro, telefônico e telemático de Adelio Bispo, Morais e sua equipe não encontraram nenhum indício de que o autor da facada tenha agido a mando de outra pessoa ou grupo. O deputado, por outro lado, se disse mais animado após o episódio. "Não estou acusando ninguém, mas, se fizeram isso comigo, é porque sou diferente", disse. Bolsonaro, que declarou na mesma entrevista que não vai aceitar resultado diferente de sua vitória, voltou a dizer que vai ganhar no primeiro turno e disse que uma "grande surpresa" virá do Nordeste, atualmente a única das cinco regiões brasileiras em que ele não lidera nas pesquisas. Ele disse ainda que, eleito, vai montar um ministério "técnico" e que não pretende negociar apoio, num eventual segundo turno, com partidos como o PSDB, mas com deputados ligados a diversos partidos, entre eles os do Centrão, que anunciaram apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) em agosto. Sobre segurança pública, um tema caro à sua campanha, o capitão reformado do Exército voltou a defender a "retaguarda jurídica" ou "excludente de ilicitude" para forças policiais e ações do Exército nas cidades brasileiras. Sem ela, argumentou, os policiais ficam expostos e com receio de reagir aos criminosos. "Ou alguém nos diga como resolver problema sem atirar", desafiou. Bolsonaro ainda criticou o movimento #EleNão, organizado nas redes por mulheres que são contrárias à sua candidatura. "Têm artistas achando que vão manipular as mulheres. Não vão tutelar esse pessoal."