Agência Estado
postado em 03/10/2018 17:30
O PT desencadeou nesta quarta-feira, 3, parte da estratégia para tentar estancar o crescimento de Jair Bolsonaro (PSL) e evitar uma vitória do capitão da reserva no primeiro turno. A ideia é associar o candidato do PSL à política econômica do governo Michel Temer (MDB).
"Infelizmente o governo Temer termina melancolicamente e o que eu vejo de mais triste ainda é o Bolsonaro querer dobrar a aposta do governo Temer", disse Haddad em entrevista à Rádio Jornal de Pernambuco.
Na manhã desta quarta-feira, 3, começou a circular a primeira inserção da campanha petista na TV que cita nominalmente o candidato do PSL. Na peça, o PT lembra que Bolsonaro votou a favor de medidas do governo Temer e "contra o trabalhador" como a reforma trabalhista e conclui: "já basta o Temer".
Em reação ao súbito crescimento de Bolsonaro na Ibope/Estado/TV Globo e da possibilidade de uma derrota ainda no primeiro turno, a campanha petista decidiu antecipar a estratégia de atacar o capitão da reserva, prtevista inicialmente para acontecer apenas no segundo turno.
Segundo fontes da campanha, pesquisas internas mostram que a pauta econômica tem mais potencial de danos ao adversário do que temas como a questão de gênero ou respeito à democracia.
Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, Haddad tentou demonstrar compromisso com o rigor fiscal ao dizer que está preocupado e pretende repactuar os regimes de previdência dos Estados e municípios. O petista disse que vai deixar em aberto a discussão sobre idade mínima para aposentadoria, assunto considerado um tabu pelo PT.
"Vamos colocar em aberto esta questão para vermos como vamos avançar nessa questão da sustentabilidade", disse Haddad. Na entrevista, o petista adotou o discurso do "nós contra eles" para tentar associar Bolsonaro aos interesses dos bancos e contra os direitos do trabalhador.
"É que o economista dele, o Paulo Guedes, que é a única pessoa em quem ele confia, é banqueiro e os banqueiros acham que o Brasil só pode voltar a crescer se os pobres ganharem menos e os empresários ganharem mais. Este é o problema que está em disputa hoje na campanha presidencial. Aqueles que estão do lado dos trabalhadores e o Bolsonaro que acha que cortando os direitos do trabalhador a economia vai ser aquecida", afirmou Haddad.